As pesquisas divulgadas nesta segunda-feira, 20, que mostram a presidente Dilma Rousseff (PT) numericamente à frente do adversário Aécio Neves (PSDB), em empate técnico, não indicam uma desidratação do tucano. Para a socióloga e especialista em pesquisas eleitorais Fátima Pacheco Jordão, os levantamentos sugerem uma oscilação de momento das campanhas.
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"Aécio teve momento muito eufórico quando chegou ao segundo turno. Ninguém esperava que ele passasse Dilma numericamente. Isso arrefeceu. O PT fez campanha suficientemente agressiva para prejudicá-lo", afirma a socióloga.
Ela acrescentou, porém, que, mais do que os ataques a Aécio, o fator principal neste momento é a melhora da avaliação do governo Dilma. "Todas as medidas feitas desde o fim do primeiro turno mostram melhora na avaliação do governo. No horário eleitoral tem a campanha negativa pessoal, que é padrão, e a campanha positiva de um e de outro. A campanha positiva de Dilma comparando o governo dela com os governos passados, está agregando um diferencial bastante grande. Isso é mérito dela", diz.
Para Fátima, é possível que Aécio não tenha se defendido bem das críticas recebidas por sua gestão em Minas Gerais. "Esse pilar da campanha dele foi bem aproveitado pelo PT", disse. "Tenho convicção, por raciocínio estratégico, que a campanha do Aécio vai aumentar o tom nesta reta final, mas não sei se por uma campanha negativa ou positiva do ponto de vista dele", avalia.
A socióloga apontou, no entanto, que uma campanha negativa é de muito risco neste momento porque a eleição será definida pelos indecisos. "Uma parte substancial de indecisos são pessoas mais escolarizadas. É inescapável uma ação mais forte, mais da parte do Aécio do que da Dilma, que está em um embalo positivo e poderia tropeçar em uma coisa negativa", disse Fátima.
Sinais positivos
O resultado das pesquisas de intenção de voto, na avaliação da Arko Advice, não define um favorito na corrida presidencial mas trazem alguns sinais positivos para Dilma.
Em boletim, a equipe de análise da consultoria escreve: "a vantagem numérica para Dilma nas pesquisas Datafolha, MDA e Vox Populi divulgadas na segunda-feira ocorre num momento importante pelos seguintes fatores: 1) o crescimento nas pesquisas ocorreu após o melhor desempenho de Aécio em dois dos três debates realizados no 2º turno; 2) Dilma tem vantagem numérica nas sondagens em meio à divulgação do conteúdo da delação premiada envolvendo corrupção na Petrobras; 3) O crescimento de Dilma ocorre após o anúncio de apoio de Marina Silva".
Na mesma linha, os analistas da LCA Consultores destacam que a taxa de convicção de Dilma, ou seja, o porcentual de eleitores que afirmaram que irão votar "com certeza" na candidata petista é de 45%. A taxa de convicção de Aécio é de 41%. "Provavelmente, a melhor avaliação do governo Dilma (+ 42%) e a queda de sua taxa de rejeição (39% contra 40% de Aécio) explicam esse crescimento da candidata."