Eduardo Campos

Mesmo após a morte de Eduardo Campos, projeto político do PSB e Rede vai continuar

Feldman admitiu que a aliança entre grupos tão distintos era sustentada centralmente por Eduardo

Giovanna Torreão
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Publicado em 14/08/2014 às 11:38
Foto: Humberto Pradera
Feldman admitiu que a aliança entre grupos tão distintos era sustentada centralmente por Eduardo - FOTO: Foto: Humberto Pradera
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O deputado federal e porta-voz nacional do grupo idealizado por Marina Silva, Rede Sustentabilidade, Walter Feldman, disse nesta quinta-feira, 14, que o projeto político da coligação encabeçada por PSB e Rede vai continuar. "Não tenho a menor dúvida disso, isso deve prosseguir, não poderíamos imaginar outro caminho a não ser esse. O Eduardo, nessa outra dimensão, seguramente, é o que ele gostaria que nós fizéssemos. Isso faz parte da homenagem que nós pretendemos prestar a ele", disse em entrevista à Rádio Estadão.

"Não temos o Eduardo agora, mas temos um programa que foi construído pelos dois (Marina e Eduardo) e por suas equipes. Com esse programa, pretendemos continuar. Ele é o elemento central, que é algo raro no Brasil", disse Feldman em relação ao discurso construído em torno de uma aliança "programática". O deputado disse que o sonho de Eduardo Campos e de Marina é hoje também o sonho da sociedade por uma política melhor.

Feldman admitiu que a aliança entre grupos tão distintos, como a Rede e o PSB, era sustentada centralmente por Eduardo Campos, figura com grande capacidade de articulação intelectual e política, mas lembrou que Marina também tem essa capacidade de moderação entre os grupos. "Eles se aproximavam muito nessa habilidade que Eduardo Campos e Marina tinham de conversar diretamente. Em vários momentos difíceis da administração, na visão do metabolismo diferenciado dessas duas instituições, o papel do Eduardo e da Marina foram fundamentais."

Mas ressalvou que reconstruir a chapa, sem Campos, não será tarefa fácil. "O Eduardo não era mais um, era uma figura central", afirmou. Feldman avaliou que o grupo tem agora a missão de continuar a construir a "terceira via" na política nacional. "Temos o dever, a obrigação de superar eventuais e pequenas diferenças para trazer essa herança como um bastão e nos foi legado muito pelo Eduardo, na contribuição com a Marina, para que esse processo continue, o programa, a vontade de mudar, a terceira via que despolarize o Brasil."

Feldman se disse, assim como toda a Rede Sustentabilidade, muito "triste" e muito "impactado" por tudo que aconteceu ontem. "Como se diz, a ficha está caindo", disse na entrevista. Ontem, ele foi para Santos ao lado de Marina, da amiga da ex-senadora Neca Setúbal e do coordenador de comunicação da campanha, Nilson de Oliveira. Naquele momento, Feldman relatou ao Broadcast Político serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, quão chocada estava Marina com os eventos e contou ainda que, no último instante, tanto ele, Feldman, como Marina decidiram não pegar uma "carona" no jatinho de Campos pois precisavam chegar mais cedo aos compromissos que tinham agendado em São Paulo.

Na entrevista concedida hoje à Rádio Estadão, Feldman disse ter construído uma admiração por Campos nos últimos dez meses de convivência mais intensa. "Ele se mostrou, além de um grande político, alguém capacitado para ser um estadista", disse ao mencionar também a "sensibilidade social" do candidato à Presidência.

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