A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, "negou veementemente" qualquer irregularidade na Petrobras, em reação às denúncias envolvendo um esquema de propina na estatal. Segundo ela, Lobão deu explicações diretamente e por escrito.
Dilma explicou que fez um ofício pedindo à Polícia Federal e ao Ministério Público acesso às informações da investigação para tomar as providências cabíveis e saber que elas serão tomadas com base em informações oficiais - e não da imprensa. A presidente negou o afastamento de Lobão do cargo sem "saber primeiro se isso é verdade". "A revista não diz de onde tirou informações, nem como tirou", afirmou.
"Se a pessoa estiver comprometida, é afastamento puro e simples do governo. Mas tenho que acatar informações oficiais, da Polícia Federal, do Ministério Público. Se eles não forem capazes de me responder, vou pedir ao Supremo Tribunal Federal que me informe", acrescentou. Dilma classificou como "inadmissível" um órgão da imprensa saber algo e o governo não saber. "Não quero no meu governo quem esteja comprometido com qualquer malfeito. Mas também não quero dar à imprensa um poder que ela não tem. Não só o governo federal tem direito, mas a população tem direito", disse.
Dilma também defendeu a decisão tomada pelo conselho de administração da Petrobras sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Ela afirmou que tinha pessoas dos setores público e privado no conselho quando foi aprovada a compra de 50% de Pasadena, "com opinião fundamentada do Citibank". "Mais tarde descobrimos que faltava um anexo com duas cláusulas. As duas não nos foram apresentadas. O conselho só aprovou a compra de 50%, os demais 50% não foram aprovados pelo conselho, sequer foram analisados pelo conselho", disse a petista, acrescentando que o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União concordaram que o conselho nada teve a ver com o processo.