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Dilma se disse 'surpreendida' com erro na Pnad

IBGE foi obrigado a rever os números do Pnad sobre a desigualdade no País, divulgado de forma errada

Danilo Galindo
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Danilo Galindo
Publicado em 22/09/2014 às 9:20
Foto: Ricardo Labastier/Acervo JC Imagem
IBGE foi obrigado a rever os números do Pnad sobre a desigualdade no País, divulgado de forma errada - FOTO: Foto: Ricardo Labastier/Acervo JC Imagem
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Falando pela primeira vez sobre o erro na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a presidente Dilma Rousseff afirmou no domingo, 21, que foi surpreendida "como todo mundo" e classificou o erro como "banal". Ela descartou uma conspiração dentro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e afirmou que equívocos acontecem sempre que há seres humanos envolvidos. Dilma também refutou as afirmações de seus adversários na disputa pela Presidência da República de que o erro é resultado de um sucateamento no instituto. "A história do sucateamento há de ser provada", afirmou.

Na sexta-feira (19), o IBGE foi obrigado a rever os números da Pnad, como os dados da desigualdade no País, que foram divulgados de forma errada no dia anterior. O governo, então, anunciou a criação de duas comissões - uma externa e outra interna - para avaliar o padrão técnico da pesquisa e investigar eventuais responsabilidades.

A presidente disse que nenhum servidor do órgão foi punido porque espera a conclusão das investigações. "Não julgo ninguém antes das provas", disse. Mas admitiu que se ficar caracterizada uma falta, "é óbvio" que a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, não poderá ficar no cargo. "Mas tem de apurar a responsabilidade. Por isso o governo não tomou nenhuma providência. Não vi problema de gestão no órgão", disse.

Dilma, no entanto, não quis avaliar se haveria um desconforto para que a presidente do IBGE fique à frente do órgão. Wasmália chegou a declarar que não se sentia confortável para continuar no cargo e pediu desculpas ao País pelos "erros extremamente graves". "A decisão dela diante do desconforto é pessoal", disse Dilma. 

 

Inflação

A presidente também comentou o resultado da prévia da inflação oficial (IPCA-15) divulgada na última sexta-feira, mostrando que o indicador superou o teto da meta de inflação no acumulado em 12 meses, atingindo 6,62%. Segundo ela, o IPCA fechará este ano dentro do limite da meta de inflação, um pouco abaixo de 6,5%. "A inflação tenderá para o centro da meta a partir de novembro e dezembro. É o que nós e todos no mercado esperam", disse. A meta estabelecida pelo governo é de 4,5%, com uma tolerância de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima. 

Dilma explicou que a inflação está mais alta porque houve aumento do preço da energia decorrente da seca. Ela lembrou que o País tem uma quantidade de usinas térmicas que podem ser acionadas diante do risco de desabastecimento, mas que elevam o custo da energia. Por conta disso, afirmou, o Brasil não cai mais em racionamento. 

A presidente ainda rebateu as declarações de seus opositores na campanha e de economistas do mercado de que há um represamento nos preços que terá de ser repassado no próximo ano, elevando a inflação."Quem fala em tarifaço está mal-intencionado", disse. "Não tem a menor necessidade de tarifaço, porque têm vários aumentos", disse.

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