Responsável pela descoberta da máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS) e de esquemas que resultaram na prisão de 11 servidores municipais de São Paulo, o controlador-geral do Município, Mário Spinelli, vem sendo sondado por setores do PT para criar um órgão de auditoria no futuro governo de Fernando Pimentel em Minas Gerais.
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Uma das expectativas é de que o trabalho de Spinelli, mineiro de Juiz de Fora, possa trazer à tona “esqueletos” do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Presidente do principal partido de oposição ao governo Dilma Rousseff, o tucano governou Minas de 2003 a 2010.
Spinelli ainda não aceitou o convite. O prefeito Fernando Haddad (PT) não quer liberá-lo. Segundo fontes no Executivo municipal, o controlador-geral é visto como um “republicano”, que até poderia aceitar o convite para criar uma controladoria mineira, mas não com o objetivo de prejudicar Aécio.
A decisão deve ser tomada apenas em dezembro, quando está previsto o lançamento de novos mecanismos de controle na capital paulista sob responsabilidade de Spinelli. Ele aguarda ainda que a Câmara Municipal aprove a criação de uma carreira de auditores internos - técnicos que dariam mais poder de fiscalização à Controladoria.
Em Minas, por outro lado, Spinelli teria autonomia para criar mecanismos de fiscalização que incluem a obrigação de que servidores públicos entreguem declarações de bens anualmente, além de projetos de transparência em contas públicas. A reportagem procurou a assessoria de Pimentel, mas não obteve resposta. Presidente do PT de Minas, Odair Cunha não quis falar sobre o assunto. A comissão de transição não comentou.