As centrais sindicais propuseram ao governo nesta segunda-feira (15) que a Petrobras deposite na Justiça os recursos necessários para o pagamento dos trabalhadores terceirizados que estão sem receber. A proposta das centrais foi antecipada pela Folha de S.Paulo na sexta-feira (12).
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Segundo os sindicalistas, há milhares de empregados de prestadoras de serviço da estatal que estão com salários atrasados ou sem o dinheiro da rescisão contratual. Eles afirmam que a Petrobras não está honrando os contratos e, por isso, as empresas estão dispensando trabalhadores ou deixando de pagar.
"Estão acontecendo demissões por falta de pagamentos a trabalhadores prestadores de serviços para a Petrobras em refinarias, estaleiros, canteiros de obras. Hoje estimamos que deva ter entre dez e 12 mil trabalhadores neste procedimento", afirmou Wagner Freitas, presidente da CUT.
A ideia foi apresentada em reunião com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União). Participaram ainda representantes da CGU (Controladoria-Geral da União) e do Ministério da Justiça. Freitas afirmou que a principal preocupação do governo é encontrar uma solução jurídica para o pagamento.
FINANCIAMENTO
As centrais propuseram também que os recursos sejam reservados no Ministério do Trabalho. Segundo Freitas, falou-se, inclusive, na possibilidade do governo financiar o pagamento dos salários, evitando demissões ou passivos trabalhistas.
"O governo que faça financiamento através dos bancos públicos. O governo próprio colocou isso. Agora, se houver qualquer tipo de financiamento diferenciado, tem que garantir na legislação que o recurso é para os trabalhadores, não para outras dívidas", disse.
Em qualquer dos cenários, a proposta das centrais é que o valor desembolsado seja abatido dos recursos que as prestadoras de serviço têm a receber da Petrobras.
Nesta terça-feira (16), as centrais terão encontro com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para tratar do tema. Além da CUT, participam das negociações a Força Sindical, a UGT, a CSB e a Nova Central Sindical do Brasil.