Atualizada às 11h23
A presidente Dilma Rousseff renovou nesta segunda-feira sua confiança na presidente da Petrobras, Graça Foster, mas antecipou que fará mudanças no conselho administrativo da empresa mergulhada em um imenso escândalo de corrupção.
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"Graça é uma pessoa ética. Ela disse que se toda esta situação prejudicar o governo ou a Petrobras, colocaria seu cargo à disposição sem problemas. Eu disse a ela que não era necessário", declarou Dilma em um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. "Eu quero Graça de presidenta (da Petrobras)", completou.
Dilma, que fez uma intensa defesa da presidente da empresa estatal, afirmou que não tem nenhum indício da "falta de credibilidade" de Foster e que nada a impede de liderar as mudanças e as investigações sobre corrupção que são necessárias na Petrobras.
Também destacou que lutará de maneira incansável para que a nota de crédito da Petrobras não seja rebaixada e, apesar de ter reconhecido que é um momento complexo para o preço do petróleo, que registrou queda de quase 50% desde junho, disse que a produção da empresa é elevada e que a situação vai melhorar.
"Neste momento, o preço do petróleo não nos preocupa", completou. A justiça brasileira investiga um esquema milionário de subornos na Petrobras em troca de contratos que favoreciam um cartel de empresas.
Trinta e nove pessoas estão sendo processadas, incluindo Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da empresa e o principal delator da trama de corrupção. Costa colabora com as autoridades em troca da "delação premiada".
"Acredito que há um clima muito difícil para ela (...) mas não vou tirar. A quem interessa a demissão de Graça Foster? O que está por trás? Por quê vou interromper este processo (de investigação que Foster lidera)?", questionou.
Dilma Rousseff também afirmou que em seu próximo mandato pretende fazer mudanças em algumas empresas estatais, incluindo o conselho de administração da Petrobras, mas sem revelar detalhes.
A presidente disse que ainda não é possível saber o volume de dinheiro que foi retirado indevidamente dos cofres da Petrobras, ao mesmo tempo que considerou "absurdos" os valores de propinas atribuídos a alguns envolvidos.