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Graça Foster põe cargo à disposição de Dilma

Segundo a presidente da estatal, o assunto foi tratado algumas vezes com a presidenta, devido às investigações da Operação Lava Jato

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Publicado em 17/12/2014 às 15:18
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A presidente da Petrobras, Graça Foster, confirmou nesta quarta-feira (17) que conversou com a presidente Dilma Rousseff sobre a sua própria demissão e sobre a saída dos outros diretores da empresa. Segundo ela, o assunto foi tratado algumas vezes com a presidenta, devido às investigações da Operação Lava Jato e ao atraso que isso vem causando ao fechamento do balanço financeiro do terceiro trimestre da empresa.

“A coisa mais importante para esta diretoria é a Petrobras. É muito mais importante que o meu emprego. Não vou dizer o que a presidenta me respondeu (sobre ter colocado o cargo à disposição). Isso é ela que tem que dizer. Mas hoje estou aqui, presidenta da Petrobras, e vou continuar enquanto contar com a confiança da presidenta (Dilma) e ela entender que eu deva ficar”, disse Graça Foster.

A presidente da Petrobras também disse que “não conseguiria trabalhar” sem a atual diretoria. “Temos um time. Temos uma forma de trabalhar muito próxima. Compartilhamos as dificuldades e nossas preocupações. Os diretores têm liberdade para tomar a decisão que quiserem, mas estamos juntos enfrentando essa situação”, afirmou.

Graça disse ainda que se sente motivada para recuperar a credibilidade da empresa, abalada pela Operação Lava Jato, e para aumentar os instrumentos de controle. Segundo ela, a Operação Lava Jato servirá como um aprendizado para a empresa, inclusive para os próximos projetos de refinarias da estatal.

Ela informou que a Petrobras contratou dois escritórios de advocacia, um brasileiro e outro americano, para investigar, de forma independente, a presidenta da empresa, a atual diretoria e os gerentes executivos.

“Esses contratados entram na sua sala, abrem seu armário, entram no seu computador, no seu iPad. É uma investigação apolítica, que vai à raiz da sua vida profissional. É algo que a gente espera com muita ansiedade”, disse Graça Foster.

De acordo com a executiva, a divulgação do balanço do terceiro trimestre da empresa foi adiada, inicialmente para o final de janeiro de 2015, devido às informações que estão surgindo nos depoimentos dados na Polícia Federal e nas delações premiadas. Um dos depoimentos mais aguardados pela empresa é o do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, que, segundo Graça Foster, fará uma “colaboração premiada” à Justiça.

A ideia de adiar o balanço é esperar para ver se será necessário reestimar o patrimônio da empresa. Caso o balanço seja divulgado antes dessas informações, talvez seja necessário corrigi-lo posteriormente. Graça Foster disse que essa é a primeira vez que um balanço da empresa não é auditado.

A presidente da estatal também informou que a criação da Diretoria de Governança foi aprovada na reunião do Conselho de Administração e que uma empresa de recursos humanos já foi contratada para buscar candidatos. Em até 30 dias, a empresa deverá encaminhar uma lista com três nomes para que a empresa escolha.

O novo diretor terá entre as prerrogativas procurar irregularidades e não conformidades em projetos, antes que eles sejam avaliados pela reunião da diretoria da empresa.

Em entrevista coletiva na sede da empresa na manhã desta quarta, Graça Foster também reafirmou que os e-mails encaminhados pela funcionária Venina da Fonseca antes de 2014 não explicitavam denúncias sobre irregularidades. Segundo ela, ninguém da diretoria atual sabia da corrupção dentro da empresa – eles só tiveram conhecimento dessas irregularidades quando a Petrobras foi citada na Operação Lava Jato.

Para Graça Foster, o valor de mercado da Petrobras não caiu apenas por causa da Lava Jato, mas por conta de fatores externos, como a desvalorização do real ante o dólar e a queda do preço internacional do barril de petróleo.

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