O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, a portas fechadas, João Vaccari Neto durante reunião do Diretório Nacional do PT nesta sexta-feira (6) e disse que a Polícia Federal não precisava tê-lo conduzido coercitivamente.
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Segundo relatos à reportagem, Lula disse que quando um companheiro é atacado, na dúvida, fica com o "companheiro".
Vaccari foi citado na Operação Lava Jato e conduzido pela Polícia Federal a prestar esclarecimentos nesta quinta-feira (5), em São Paulo.
Em depoimento concedido em acordo de delação premiada, Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de engenharia da Petrobras, estima que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013. Barusco afirma que Vaccari Neto teve "participação" no recebimento desse suborno.
O tesoureiro e o PT negam veementemente irregularidades.
O ex-presidente disse aos dirigentes, com quem está reunido, que o depoimento de Barusco foi utilizado para criar manchetes contra o PT e que "bandido" vira delator e vítima de acusação sem provas vira réu.
Afirmou que a sigla fez arrecadações legais, e que todos os partidos arrecadam, mas só se fala nas arrecadações da legenda.
O ex-presidente também criticou a derrota do PT na eleição da Câmara dos Deputados, com ministros recém-nomeados, e a aprovação da nova CPI da Petrobras com a maior base aliada que um presidente já teve.
Lula participará da festa de 35 anos do PT, nesta noite.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, também pediu nesta sexta solidariedade ao tesoureiro do PT.
Quando Pimentel falou, o plenário aplaudiu. Nesta quinta-feira, Vaccari já havia sido aplaudido durante reunião da corrente Construindo Novo Brasil, majoritária no PT.
A defesa de Vaccari ainda foi feita pelo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, de quem é amigo pessoal. "Quando a pessoa sequer esta indiciada não dá para falar em acusações", disse ao chegar para reunião do diretório nacional do partido, em Belo Horizonte.
A portas fechadas, ele chamou a companheiros de "abuso" a condução coercitiva de Vaccari nesta quinta à Polícia Federal.
O ministro afirmou aos petistas, segundo relatos obtidos pela reportagem, que o Brasil enfrenta um "momento jurídico-midiático" para atingir Dilma e Lula.