Lava Jato

Dilma culpa PSDB por corrupção na estatal

A disposição da presidente em responder a perguntas de jornalistas faz parte da estratégia defendida por ministros de seu núcleo político

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Publicado em 20/02/2015 às 20:40
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A disposição da presidente em responder a perguntas de jornalistas faz parte da estratégia defendida por ministros de seu núcleo político - FOTO: Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
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A presidente Dilma Rousseff quebrou o silêncio nesta sexta (20) para responsabilizar os tucanos que não teriam investigado, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), desvios na Petrobras.

"Se em 1996 ou 1997 tivessem investigado e tivessem, naquele momento, punido, nós não teríamos o caso desse funcionário da Petrobras que ficou durante quase 20 anos [atuando em esquema] de corrupção", disse Dilma após cerimônia onde recebeu embaixadores no Planalto.

A Polícia Federal deflagrou no ano passado a Operação Lava Jato, que investiga a corrupção na Petrobras. Ex-diretores da companhia e empresários foram presos sob acusação de negociarem propinas em contratos da estatal.

Sem citar nomes, a presidente fez referência ao depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco: ele disse ter começado a receber propina da SBM Offshore em 1997.

O fim do silêncio depois de dois meses sem dar entrevistas marca o início da estratégia de reação da presidente às críticas da oposição e até de setores do PT de que era necessário reagir às denúncias de corrupção na estatal.

Dilma afirmou que é preciso considerar a importância das grandes empreiteiras envolvidas em casos de corrupção para a geração de empregos e renda, mas ressaltou que isso não pode prejudicar as investigações: "Agora, o que o governo fará é tudo dentro da legalidade. [...] Significa doa a quem doer".

Ela voltou a defender a atuação dos órgãos de investigação que atuam no caso, como PF e Ministério Público.

"Hoje acho que um passo foi dado no Brasil e é esse passo que eu acho que a gente tem que olhar e valorizar. Atualmente, não tem 'engavetador' da República [uma referência a Geraldo Brindeiro, procurador-geral da República de 1995 a 2003], não tem controle sobre a Polícia Federal, nós não nomeamos pessoas políticas para os cargos da Polícia Federal e isso significa que junto com o MP [Ministério Público] e com a Justiça está havendo no Brasil um processo de investigação como nunca foi feito antes", disse a presidente.

A disposição de Dilma em responder a perguntas de jornalistas faz parte da estratégia defendida por ministros de seu núcleo político de que ela deve falar mais diretamente à sociedade para amenizar críticas ao seu governo.

A petista completou 60 dias sem falar com a imprensa, maior período de silêncio desde que assumiu o Planalto em 2011. Até então, ela havia passado 38 dias sem falar com jornalistas em janeiro de 2012.

A presidente não conversava com a imprensa desde 22 de dezembro, quando realizou um café da manhã de fim de ano no Planalto.

Neste período, ela só discursou publicamente em quatro ocasiões: na sua posse, em 1º de janeiro; na reunião ministerial que promoveu em 27 de janeiro, durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em San José, na Costa Rica, em 29 de janeiro; e na solenidade de inauguração da Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, no dia 3.

Na reunião ministerial, Dilma apelou aos ministros para que "travem a batalha da comunicação" para defender os projetos do governo.


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