Petrobras

Juiz determina bloqueio de R$ 106 mi de Nestor Cerveró

MPF foi autorizado a requisitar à Receita Federal que quebre o sigilo bancário de Cerveró

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Publicado em 26/02/2015 às 20:25
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
MPF foi autorizado a requisitar à Receita Federal que quebre o sigilo bancário de Cerveró - FOTO: Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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O juiz federal Sergio Moro, responsável por julgar ações relacionadas à Operação Lava Jato, determinou que a Receita Federal bloqueie as contas do ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró até o valor de R$ 106 milhões. A quantia é equivalente aos US$ 40 milhões que o ex-executivo teria recebido em propinas, segundo o Ministério Público Federal.

Moro utilizou a cotação de R$ 2,65 para chegar à quantia determinada. Pelo despacho, o MPF foi autorizado a requisitar à Receita Federal que quebre o sigilo bancário de Cerveró entre os anos de 2004 a 2014 a fim de bloquear os valores.

O dinheiro diz respeito a dois contratos que a estatal celebrou com a Samsung Heavy Industries -área da transnacional coreana que cuida de estaleiros- para o fornecimento de dois navios-sonda. Cerveró recomendou à diretoria da Petrobras que a empresa fosse a escolhida, o que de fato ocorreu: um dos contratos foi assinado em julho de 2006 e outro em maio do ano seguinte. Ao todo, eles somam US$ 1,2 bilhão, em valores da época.

Julio Camargo, delator na Lava Jato e ex-executivo da Toyo Setal, atuou como consultor da Samsung nesse caso específico. Como parte de seu acordo de delação premiada, Camargo revelou o esquema ao MPF. Ele teria recebido US$ 40,4 milhões pela consultoria -os contratos entre Camargo e a Samsung previam um valor maior.

Parte do montante, então, foi repassado ao lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, responsável por ligar Julio Camargo ao ex-diretor Cerveró. Ainda de acordo com o depoimento de Camargo, Baiano recebeu US$ 14,8 milhões ao todo, em pagamentos feitos em dezenas de parcelas.

O doleiro Alberto Youssef foi responsável por fazer a transferência de parte do valor das contas de empresas no nome de Camargo para Baiano, e teria recebido uma taxa para realizar o serviço.

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