O vice-presidente, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira (2) que "é bom" que o procurador-geral da República divulgue "logo" os nomes dos políticos sobre os quais ele vai pedir abertura de inquérito por suspeita de envolvimento no esquema desvendado pela Operação Lava Jato.
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A expectativa é que Rodrigo Janot, o procurador-geral, apresente na terça (3) ao STF (Supremo Tribunal Federal) a lista desses políticos. Cabe ao STF decidir sobre a a abertura de investigações relativas a pessoas com foro privilegiado.
"Os relatos que chegaram foram pela imprensa, tenho acompanhado pela imprensa", disse Temer sobre a lista de Janot. "Amanhã, é bom que venha logo [a lista de] quem está eventualmente sendo objeto de inquérito. Pelo menos [vai] acabar, ainda que pela metade, esse assunto. Porque daí as coisas estarão definidas."
Uma vez abertos e finalizados os inquéritos, o procurador decidirá quais políticos serão alvo de denúncia. De novo, o STF terá que decidir se aceita essas eventuais denúncias -que apenas quando aceitas se tornarão processos.
O partido de Temer, o PMDB, é um dos apontados por delatores como beneficiários dos desvios da Petrobras analisados pela operação da Polícia Federal.
RENAN
Temer minimizou a futura ausência do presidente do Senado, Renan Calheiros, do jantar que a presidente Dilma Rousseff promoverá nesta segunda com a cúpula do PMDB.
"O presidente Renan falou comigo antes de lançar a nota [em que explicou sua ausência], deu as razões dele, eu compreendi as razões, ligadas ao Senado, de modo que certa e seguramente mais adiante falaremos todos com o Renan e todos os demais líderes do PMDB. Não creio que vá atrapalhar não. Na própria nota ele diz que é um avanço democrático esse encontro."
"Eu não creio [que cria um mal estar]. Estará com a presidente em outras oportunidades."
Segundo Temer, o jantar de hoje "vai ser um momento muito oportuno para estabelecer relações muito sólidas entre PMDB e o governo."
Temer disse ter conversado com Dilma por telefone, e que ela não demonstrou preocupação com a ausência de Renan.
Na semana passada, Temer alertou a presidente Dilma sobre o esgarçamento das relações entre governo e PMDB.
Segundo ele, se o governo não partilhasse mais as decisões, o PMDB sairia da base aliada.
Desde então, o governo intensificou as ações para agradar peemedebistas.