A defesa do ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque disse que ele não fará delação premiada. Durante seu depoimento desta quinta-feira (19) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, Duque, que foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem de dinheiro no processo judicial da Operação Lava Jato, recusou-se a responder a perguntas sobre as irregularidades na companhia.
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“Não há o que delatar”, disse o advogado de Duque, Alexandre Lopes, que criticou ainda o expediente. “Sou contra a delação premiada. Acho isso uma indecência. É você dar um prêmio à alcaguetagem. Jamais, como advogado, eu me prestaria a dar base jurídica a uma delação dessas.”
Duque teve o nome citado por pelo menos seis delatores da Operação Lava Jato como um dos destinatários do pagamento de propina. Alguns dos depoimentos foram feitos por meio de delação premiada: os do ex-gerente de Tecnologia da estatal Pedro Barusco, do ex-diretor de Abastecimeno Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef e dos empresários Júlio Camargo, Augusto Mendonça Neto e Shinko Nakandakari.
O ex-diretor da Petrobras disse, ao final do depoimento, que está “tranquilo” e vai provar sua inocência. De acordo com sua defesa, Duque permaneceu calado como forma de enfrentar o que Lopes chamou de “caos político”, referindo-se às acusações trocadas entre governo e oposição na CPI.
“Há mais aqui uma guerra política do que a busca pela verdade”, disse Lopes. Ele informou ainda que seu cliente falará perante o juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso da Lava Jato na primeira instância. “O julgamento político já foi feito, ele foi condenado sem defesa.”