A direção do PSOL no Rio de Janeiro decidiu pedir a expulsão do deputado federal Cabo Daciolo, eleito pelo partido em 2014 após liderar uma greve de bombeiros no Estado.
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Em discurso na Câmara nesta quinta (19), Daciolo defendeu a libertação de 12 policiais militares acusados de participar da morte do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013.
Daciolo anunciou que vai ao presídio Bangu 9 no domingo para visitar os PMs, que atuavam na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, na zona sul do Rio. Segundo as investigações, Amarildo foi torturado e morto no local. Os restos mortais do pedreiro nunca foram encontrados.
Em nota, a executiva estadual do PSOL afirmou que a atitude "envergonha o partido, sua militância, nossos eleitores e a população do Estado do Rio".
"Não é a primeira vez que o parlamentar faz declarações ou toma atitudes antagônicas com o programa, os princípios e a ética do PSOL", afirma a direção da sigla.
"Respeitamos os eleitores do Cabo Daciolo, mas entendemos que o mandato dele não cabe no PSOL", acrescenta o documento.
Daciolo já havia causado polêmica antes mesmo de tomar posse, ao tirar foto com o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que defende a ditadura militar, e afirmar que o Ministério da Defesa deveria ser comandado por um general do Exército.
Nesta quinta, ele disse na tribuna que os PMs do caso Amarildo estão "respondendo por um crime que não cometeram". "Doze desses estão presos e um faleceu no dia 13 em decorrência de problemas cardíacos adquiridos na prisão. Era chefe de família e tinha um filho de 7 meses, uma criança", afirmou.
Evangélico, Daciolo também havia irritado o partido ao anunciar uma proposta de emenda para modificar a Constituição afirmando que o poder emana de Deus, e não do povo.
O deputado não foi encontrado para comentar a nota do PSOL fluminense, que pedirá sua expulsão à direção nacional do partido. Ele encerrou o discurso desta quinta com o bordão que embalou sua campanha à Câmara: "Juntos somos fortes, e Deus está no controle!"