O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli prestou um rápido depoimento à Justiça Federal no Paraná nesta quinta-feira (26) e defendeu a aquisição de navios-sonda pela Petrobras. A compra é alvo de uma ação penal em que são réus o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.
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As defesas dos dois arrolaram o ex-presidente como testemunha. Cerveró é acusado de receber propina para favorecer a empresa Samsung Heavy Industries.
Falando por meio de videoconferência, na Bahia, Gabrielli afirmou que não conhece o lobista, que é apontado como intermediador de pagamentos.
No depoimento, que durou apenas 25 minutos, o ex-presidente da Petrobras foi questionado pela defesa de Cerveró sobre os navios-sonda e afirmou que a aquisição era necessária porque "novas descobertas exigiam novas atividades".
"Não tínhamos estaleiros com capacidade para construir sondas", disse.
Gabrielli, que comandou a estatal até 2012, disse que o então diretor não tinha autonomia para definir os fornecedores dessas encomendas e que as decisões eram colegiadas. Também disse acreditar que as compras seguiram os procedimentos normais da Petrobras.
O ex-presidente foi questionado pelo juiz Sergio Moro sobre Júlio Camargo, empresário que também é réu na ação. Disse que teve "poucos contatos" com ele e que o conhecia como representante no Brasil da empresa Mitsui.