O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, aproveitará a viagem aos Estados Unidos, na próxima semana, para defender o ajuste fiscal brasileiro e tentar atrair investidores estrangeiros para os projetos de concessões da área de infraestrutura. Ele participará de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird) nos dias 16 e 18, em Washington, e se encontrará com investidores em Nova York, nos dias 19 e 20.
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Na capital norte-americana, Levy também terá encontro com investidores privados, e participará de reuniões paralelas dos ministros de Finanças do G20 – grupo das 20 maiores economias do planeta – e do Brics – bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O Ministério da Fazenda informou que no encontro do FMI o Brasil continuará a defender que a demora do Congresso dos Estados Unidos em ratificar a reforma no sistema de cotas, que dá mais poderes aos países emergentes, não atrase a nova redistribuição prevista para este ano. De acordo com a Fazenda, existe possibilidade de um acordo para que formas alternativas de prosseguir com a reforma do FMI – que não necessitam de ratificação por todos os países envolvidos – possam ser postas em prática.
Entre as medidas em estudo está uma reformulação interina do sistema de cotas do FMI, que se torne definitiva quando os parlamentares norte-americanos ratificarem a reforma iniciada em 2010. As cotas representam a participação de cada país no organismo internacional. Para dar mais poder aos países emergentes, os Estados Unidos, que detêm a maior fatia das cotas, precisa diminuir a participação no fundo.
Em relação ao G20, o principal tópico de discussão será o impacto da divergência entre os juros das principais economias do planeta sobre a economia global. Enquanto os Estados Unidos podem aumentar os juros básicos no segundo semestre, o Japão e a zona do euro continuam a reduzir as taxas para estimular as economias locais. Os ministros também debaterão a criação de instrumentos financeiros para canalizar cerca de US$ 1 trilhão em excesso de poupança no mundo para investimentos em infraestrutura.
A reunião do Brics, segundo o ministério, terá como foco a definição de estratégias e de políticas operacionais para os primeiros cinco anos do Banco do Brics, ainda sem data para começar a operar. O acordo de formalização da instituição financeira foi assinado no fim do ano passado, mas a criação depende da aprovação dos parlamentares dos cinco países do bloco.
O Brasil, informou a Fazenda, defenderá que o Banco do Brics possa participar de cofinanciamentos com bancos de fomento nacionais, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Cada país precisa fazer um aporte de US$ 10 bilhões para o capital da instituição, mas, num primeiro momento, terá de desembolsar US$ 2 bilhões após a criação do banco ser efetivada.