O novo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jessé José Freire de Souza, tomou posse na tarde desta quinta-feira (9), na sede da entidade, em Brasília. Em seu discurso, Freire defendeu a diversidade de pesquisas, e disse que “por um lado pretendemos garantir a diversidade de pesquisas e, por outro, responder com as armas da ciência aos desafios que a sociedade necessita e espera como contribuição”.
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Ele explicou que política e ciência são duas áreas que se relacionam. “Para mim, ciência e política são indissociáveis. A ação social, como se dá em qualquer esfera da vida, precisa dessas duas perspectivas como aliadas. Não perceber isso, abre o flanco para intenções mesquinhas. O Brasil necessita da grandeza de nós todos”, salientou. Ele preferiu não falar sobre o que espera de seu trabalho na entidade, e pediu alguns dias para se familiarizar com o Ipea, ao qual acabou de chegar.
Freire ocupa a vaga deixada por Sergei Suarez Dillon, exonerado. Freire é graduado em direito e mestre em sociologia pela Universidade de Brasília. Tem doutorado em sociologia pela Karl Ruprecht Universität Heidelberg, da Alemanha, e pós-doutorado em filosofia e psicanálise pela New School for Social Research, de Nova York. É autor e organizador de 20 livros sobre teoria social, pensamento social brasileiro e estudos sobre desigualdade e classes sociais no Brasil contemporâneo.
Presente à posse, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), Roberto Mangabeira Unger, exaltou o trabalho do Ipea para auxiliar um “projeto de construção do Brasil”. Segundo ele, "a SAE e o Ipea existem para auxiliar no projeto de construção do Brasil. O Ipea não é apenas para ajudar a definir um plano do governo que está momentaneamente no poder. O Ipea trabalha na definição de um projeto de Estado do Brasil”.
Unger fez longo discurso sobre problemas enfrentados pelo Brasil. Entre os temas abordados, criticou o modelo atual de ensino. No seu entender, “um novo projeito nacional é um projeto produtivista e nacionalizador, acompanhado por uma revolução na educação pública. Nosso ensino público é uma imitação do ensino francês do século 19, baseado em decoreba. Nosso método de ensino é uma camisa de força dogmática. É hora de tirar essa camisa de força”.