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Coutinho nega interferência do governo em financiamento do BNDES à Sete Brasil

Segundo ele, o projeto passou por todos os procedimentos tradicionais da empresa, antes de receber aprovação, mas ainda não recebeu dinheiro do banco

Da ABr
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Publicado em 16/04/2015 às 16:34
Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados
Segundo ele, o projeto passou por todos os procedimentos tradicionais da empresa, antes de receber aprovação, mas ainda não recebeu dinheiro do banco - FOTO: Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados
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Após explicar que o BNDES não liberou recursos para a Sete Brasil, empresa criada para construir sondas de perfuração do pré-sal no Brasil, o presidente da instituição, Luciano Coutinho, garantiu aos parlamentares da CPI da Petrobras que não recebeu orientação do governo para priorizar investimentos no negócio.

Segundo ele, o projeto passou por todos os procedimentos tradicionais da empresa, antes de receber aprovação, mas ainda não recebeu dinheiro do banco por não ter concluído sequer a primeira fase.

Diante da falta de resultados das operações da Sete Brasil, os parlamentares questionaram se o financiamento seria um bom negócio. Coutinho lembrou que os acionistas da empresa estão reformulando o projeto de construção e operação das 28 sondas em busca de uma solução. 

O economista ressaltou os objetivos iniciais da empresa, que garantia a promessa de participação do banco com a geração de empregos, capacitação, impulsionamento da indústria nacional e produção de um novo equipamento no pais.

“Mostrei sondas em estágios avançados, mostrei empregos. Eles estão buscando uma solução consistente e sustentável, redimensionada. É uma orientação cujo mérito me parece evidente. Estamos acompanhando o esforço que os acionistas da Sete estão fazendo para criar novas condições do projeto”, afirmou.

De acordo com acompanhamento do banco, a maior parte das sete primeiras sondas do projeto está em estágio avançado. “Não é um processo teórico. Houve avanço físico real. Por exemplo, 71% da Sonda Copacabana estão concluídos. Uma parte dela está sendo produzida na China, outra no Japão e uma terceira em estaleiro brasileiro. No primeiro momento, o nível de conteúdo local chegava a 37% e iria subir gradualmente”, informou Coutinho.

Segundo ele, 73% da Sonda Ondina, construída no Estaleiro Enseada, estão prontos. As sondas Arpoador, Guarapari e concluíram, respectivamente, 95%, 54% e 86% das obras.

Coutinho foi convocado pela CPI da Petrobras para explicar os financiamentos do BNDES à empresa suspeita de subcontratar estaleiros que teriam pago propinas a diretores da estatal e ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

O presidente do BNDES acrescentou que os bancos comerciais com recursos empregados no negócio suspenderam os prazos para cobranças até o fim de julho, ampliando o tempo de reorganização da Setebrasil. “Semana passada, os bancos assinaram entendimento prorrogando ate 30 de julho as pendências para reorganização do projeto. Até lá, acreditamos ser possível alcançar uma solução que permita a continuação do projeto.” 

Para Luciano Coutinho, as circunstancias do projeto da Sete Brasil mudaram. “É necessário um realinhamento entre todos os participantes. Não tenho como antever qual será a solução que emergirá dessas tratativas.”

Ele enfatizou que o BNDES não tem operação secreta, não omite ou deixa de dar publicidade às suas operações. Segundo ele, apenas algumas informações sobre as empresas ficam restritas, por lei, ao banco ou a instituições como o Banco Central, de modo a assegurar a intimidade financeira das empresas.

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