O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou nesta quinta-feira (7) que o ajuste fiscal conduzido pelo governo, que inclui redução de subsídios e desonerações e ajustes em benefícios, possa aprofundar a crise econômica, como aconteceu em alguns países na Europa.
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Segundo ele, a situação do Brasil é diferente em vários aspectos, por isso não há como fazer esse paralelo com o caso europeu, e "a economia vai reagir positivamente" às medidas que estão sendo tomadas.
Levy voltou a defender que o ajuste seja feito de maneira "rápida e clara", para que os custos sejam menores aos cofres públicos -um claro apelo ao Congresso para que não retarde as votações e aprove as medidas que dependem do seu aval.
O primeiro passo nesse sentido foi dado nesta quarta (6), com a aprovação apertada na Câmara da medida provisória que restringe o acesso a benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego.
Levy, que participou de debate em evento promovido pelo TCU (Tribunal de Contas da União) em comemoração aos 15 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal, explicou que o ajuste é necessário pois os recursos à disposição do governo são escassos, e não se pode elevar impostos continuamente.
"Não se pode trabalhar com a premissa de aumentar a carga tributária continuamente. Não se pode entrar numa trajetória também de que todo imposto é ruim, e de que tem que baixar todo imposto sem pensar no lado do gasto. Se não tiver equilíbrio, vai ter custos crescentes, o que é ruim para todos."
O ministro defendeu mecanismos mais rigorosos de controle de gastos e voltou a afirmar que alguns subsídios e incentivos, como a desoneração da folha de pagamentos, pensados para amortecer desequilíbrios no cenário externo e interno, chegaram a um limite.