A presidente Dilma Rousseff classificou de lamentável a aprovação do Senado da proposta de reajuste de salários dos servidores em 59,5%, mas elogiou a não aprovação da redução da maioridade penal.
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"Não chamaria estas ações [do Senado] de desafios porque fazem parte da democracia. Achamos lamentável porque é insustentável um país como o nosso, em qualquer circunstância, dar níveis de aumento tão elevados", disse a presidente a jornalistas durante sua visita à sede do Google, no Vale do Silício, na Califórnia.
"No mesmo dia, uma lei que era cara para nós, a questão da redução da maioria penal, não houve vitória. Então, o Congresso, como a democracia, é assim, tem dia que você ganha e dia que você perde."
A presidente não quis comentar se irá vetar a aprovação do Senado. "De fato, compromete o ajuste fiscal. [Mas] não discuto veto antes da hora. Tenho que respeitar o procedimento legislativo." No entanto, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) disse que o governo vetará o aumento que, segundo ele, afeta o ajuste fiscal e a "justiça social".
"Eu tenho que agradecer o Congresso, uma parte expressiva do ajuste fiscal foi aprovado, então eu acho que tem horas que vocês [imprensa] criam um clima que não existe. A gente perde e a gente ganha."
Dilma volta nesta quarta para o Brasil após cinco dias de viagens por cidades dos EUA. Ela comentou que a volta será difícil, mas só por causa das 11 horas de voo. "O clima politico faz parte da realidade brasileira, eu gosto do Brasil e o clima político só me faz ficar mais atenta e me dedicar mais a resolver os problemas que necessariamente existem entre um governo e o Executivo e o Congresso", disse.
Ao ser questionada sobre as recentes críticas do ex-presidente Lula, Dilma afirmou que não responderia. "O presidente Lula tem todo o direito de fazer críticas a quem ele quiser, e especialmente a mim", disse.
Ela não quis comentar pesquisa do Ibope sobre pior aprovação da história, nem as acusações do delator Ricardo Pessoa envolvendo José Dirceu.