Investigação

Governo está tranquilo com ida de Cardozo a CPI, diz líder governista

Ministro da Justiça foi convocado pelos parlamentares que integram a CPI da Petrobras na semana passada

Da ABr
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Publicado em 14/07/2015 às 17:52
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Ministro da Justiça foi convocado pelos parlamentares que integram a CPI da Petrobras na semana passada - FOTO: Foto: José Cruz / Agência Brasil
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O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta terça-feira (14) que a ida do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) à CPI da Petrobras gera "expectativa" e "tensão política", mas que o governo está tranquilo em relação a isso.

Cardozo deve depor na sessão desta quarta (15).

"Vejo [a ida de Cardozo] com a mais absoluta naturalidade. Ele é ministro da Justiça. Evidentemente que há grande expectativa sobre sua vinda, até por conta das operações que foram realizadas nesta manhã por parte da Polícia Federal", afirmou Guimarães, fazendo referência à nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça, em que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a Fernando Collor de Mello (PTB-AL), ex-ministros do primeiro governo Dilma Rousseff e políticos do PP.

"Não tenho dimensão dessas operações, a não ser o que foi divulgado hoje. Evidentemente, não deixa de trazer tensão política, mas não traz preocupação ao governo", completou o petista.

Para o líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), a presença do ministro servirá para que a oposição o questione sobre temas como viagens presidenciais e agendas públicas de Dilma.

"Acho que vai ser importante para a gente discutir temas relevantes como a última viagem internacional da presidente Dilma e a sua parada no Porto (em Portugal), em uma parada técnica secreta que só se tomou conhecimento depois que a imprensa revelou", disse.

Dilma pernoitou na cidade portuguesa durante sua ida para a Rússia, mas a informação só constou da agenda oficial após ela já ter viajado.

Questionado sobre se o exemplo citado não fugia do escopo das investigações da CPI, Mendonça discordou.

"Eu não creio que foge do escopo da CPI. Até porque o grande tema do Legislativo, do Executivo e do Judiciário são as relações e inter-relações com a Operação Lava jato que está em curso em um processo pleno de investigação. Diante de um quadro como esse, a presidente tem que ter mais responsabilidade e cautela em suas agendas", disse.

Cardozo foi convocado pelos parlamentares que integram a CPI da Petrobras na semana passada. A convocação provocou reclamações do Palácio do Planalto nos bastidores, mas foi negociada pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), em troca de poupar o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e os atuais ministros da presidente Dilma Rousseff.

Cardozo será questionado pelos parlamentares sobre o caso da escuta ilegal encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef. Sindicância interna da Polícia Federal concluiu que a escuta estava inativa, mas dois policiais federais ouvidos pela CPI disseram que o equipamento funcionava e foi instalado sem autorização judicial.

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