Crise Política

Alckmin critica governo federal e diz que país vive uma 'policrise'

O tucano esteve em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), onde entregou carros do Corpo de Bombeiros e participou de um evento que discute os problemas e as ações para o município, um dos mais ricos do Estado

Da Folhapress
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Publicado em 17/07/2015 às 21:51
Foto: Wilson Dias/Fotos Públicas
O tucano esteve em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), onde entregou carros do Corpo de Bombeiros e participou de um evento que discute os problemas e as ações para o município, um dos mais ricos do Estado - FOTO: Foto: Wilson Dias/Fotos Públicas
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez críticas ao governo federal nesta sexta-feira (17) e afirmou que o país vive uma "policrise" -resultado das crises ética, política, econômica e social, nas suas palavras.

O tucano esteve em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), onde entregou carros do Corpo de Bombeiros e participou de um evento que discute os problemas e as ações para o município, um dos mais ricos do Estado.

Durante a entrega, Alckmin foi alvo de protestos de professores. Dois deles subiram no palco onde o governador estava, e com cartazes, cobraram o pagamento dos salários dos professores que participaram da greve.

Para o político, que é cotado para concorrer à disputa presidencial, as famílias pobres não podem pagar pelo "descontrole" nas contas públicas do governo federal. Ele cobrou ações econômicas do governo da presidente Dilma Rousseff. "Não pode o trabalhador, não podem as famílias de menor renda, pagar pelo descontrole das contas públicas do governo federal."

E continuou: "Trago aqui uma palavra de preocupação dessa policrise que o Brasil está passando, uma crise ética, uma crise política, uma crise econômica e uma crise social", disse. "É um momento extremamente grave e nós estamos procurando ajudar", afirmou.

Alckmin se referiu ao encontro realizado nesta semana com a presidente Dilma, em que ele e os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB); e do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), fizeram reivindicações.

De acordo com Alckmin, o foco da ajuda é "preservar o emprego", repetiu por três vezes. "Levamos à presidente Dilma a proposta de grande esforço na área de exportação, aproveitando a desvalorização do real e a mudança do câmbio", disse.

"Também sugerimos investimentos mais rápidos nas áreas de infraestrutura e logística. Isso reduz o 'Custo Brasil', melhora e eficiência e gera muito emprego", afirmou o governador, dando como exemplo a obra da linha cinco do metrô paulistano que, segundo ele, emprega 5.000 trabalhadores diretos.

Já com relação ao acirramento da crise política com as denúncias em investigação que atingem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara Federal, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Alckmin defendeu que haja investigação.

"Esse é um tema federal. O que nós defendemos? Nós defendemos a investigação. A investigação é sempre importante para poder esclarecer, fazer justiça. É isso que se deseja. Se fazer investigação", disse.

PROTESTO

O protesto dos professores foi realizado antes de o governador iniciar seu discurso. Eles cobraram o pagamento dos salários, que foram cortados dos profissionais que participaram da greve da categoria, a mais longa da história no Estado. Em seguida, eles foram retirados do palco. Alckmin não respondeu aos manifestantes.

No começo deste mês, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o governo do Estado de São Paulo pague os dias descontados dos salários dos professores. A decisão derrubou uma liminar de maio do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que autorizou o corte pelo governo estadual.

Em sua decisão, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, disse que a "garantia constitucional do salário assegura seu pagamento pela administração pública, principalmente nas situações em que o serviço poderá ser prestado futuramente, por meio de reposição de aulas, como só acontece nas paralisações por greve de professores".

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