Em campos políticos opostos, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), distribuíram a aliados comuns convites para um jantar na mesma noite, a próxima segunda (3), quando os congressistas começam a chegar a Brasília de volta das férias de julho.
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Acuada por Cunha, que ameaça nos bastidores dar sequência a uma "pauta-bomba" na Câmara e a autorizar o início da tramitação de um pedido de impeachment contra ela, Dilma irá reunir presidentes e líderes das bancadas aliadas no Palácio da Alvorada.
Na mesma noite, Cunha pretende também promover jantar com aliados na residência oficial da presidência da Câmara, no Lago Sul, a cerca de 12 quilômetros de distância do Alvorada.
Embora Cunha e Dilma estejam oficialmente rompidos, vários dos aliados de um também estão na lista de aliados do outro, como o PMDB, o PR e o PP.
"Só espero que a comida seja uma saladinha", ironizou um dos deputados, em alusão ao "choque gastronômico" previsto para Brasília na noite de segunda.
No jantar, Dilma quer tentar obter apoio para evitar exatamente a cristalização de manobras patrocinadas nos bastidores por Cunha, entre elas a autorização para a tramitação de um pedido de impeachment e a aprovação pelo Congresso de possível recomendação de rejeição de suas contas relativas a 2014.
Já Cunha pretende conversar com seus aliados, que incluem os principais partidos de oposição, exatamente o contrário: uma agenda para espezinhar o Palácio do Planalto.
O presidente da Câmara rompeu publicamente com o governo desde que veio à tona a informação de que o lobista Júlio Camargo o aponta como destinatário de US$ 5 milhões em propina. Cunha diz que o governo está por trás das acusações contra ele na Lava Jato.
A assessoria de Cunha afirmou que o convite de Dilma foi posterior ao que o peemedebista despachou aos seus aliados. E que ele avalia se manterá ou não o encontro.