Preocupado com os efeitos da rebelião da base aliada do Congresso sobre o ajuste fiscal, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmou nesta quarta-feira (5) que "ninguém quer ruptura em nenhum aspecto", mas é necessário dialogar com os parlamentares "para garantir a recuperação econômica".
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Após sair de uma reunião com o vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, Levy disse que é preciso "conversa, paciência e persistência" para votar o projeto de lei que reverte parte das desonerações da folha de pagamento, última medida do ajuste que ainda precisa passar pelo Congresso.
O PL já passou pela Câmara mas ainda não foi votado pelo Senado, o que o coloca no rol das "pautas-bomba", com potencial de gerar forte impacto nas contas do governo.
Na terça-feira (4), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que tem adiado a votação porque o projeto "agravaria a recessão e o desemprego".
Levy, por sua vez, reconheceu que a medida "é um sacrifício" para as empresas, mas ponderou que a situação econômica do país "é séria".
"A gente tem que ter tranquilidade e firmeza para continuar o diálogo para alcançar o que o Brasil precisa", declarou após dizer que "quem faz a pauta" é o Senado.
O ministro esteve com Temer após o vice-presidente se reunir com líderes da base no Senado e na Câmara e pedir "responsabilidade" aos parlamentares para enfrentar "um momento grave". O governo quer impedir a aprovação de projetos que onerem ainda mais a União.