Lava Jato

Da tribuna do Senado, Collor xinga procurador-geral

No momento em que explicava que a apreensão de três carros de luxo em julho, Collor sussurrou o xingamento

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Publicado em 06/08/2015 às 10:25
Foto: Marcos Oliveira /Agência Senado
No momento em que explicava que a apreensão de três carros de luxo em julho, Collor sussurrou o xingamento - FOTO: Foto: Marcos Oliveira /Agência Senado
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Investigado pela Lava Jato, o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) xingou nessa quarta-feira (5) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "filho da puta" durante o pronunciamento que fez na tribuna do Senado para se defender das acusações de que um grupo ligado a ele teria recebido R$ 26 milhões em propina do esquema de corrupção da Petrobras.

No momento em que explicava que a apreensão de três carros de luxo em sua casa em julho fazia parte do que chamou de "espetáculo midiático" e que os carros foram comprados com dinheiro lícito, Collor sussurrou o xingamento.

"As empresas têm contrato social, estão devidamente registradas na junta comercial, tem suas atividades de acordo com o que define a legislação. Se existem parcelas em atraso é uma questão comercial que diz respeito a mim e ao credor, não podendo em tempo algum, sob o risco de uma grave penalização judicial a quem afirma, que tal atrasos se devem a recursos escusos. Afirmações caluniosas e infames. Filho da puta", disse.

Os investigadores justificam que os carros podem ser produto de crime. Além disso, os automóveis estão em nome de empresas, portanto, ele não teria a legitimidade direta para requerer a devolução. Uma das empresas, a Água Branca, tem Collor como sócio.

Durante o discurso, Collor acusou o Janot, que concorre à reeleição ao cargo, de usar o vazamento seletivo de informações sigilosas da investigação como parte de uma "estratégia ardilosa" para permanecer no posto.

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Posted by Jornal do Commercio on Quinta, 6 de agosto de 2015

"Querem me trazer como personagem, embora involuntário de minha parte, de uma campanha eleitoral que está se desenrolando e será concluída hoje", disse.

Janot foi o mais votado na quarta-feira (5) pelos procuradores para permanecer no cargo por mais dois anos.

A eleição representou uma demonstração de força de Janot, que tem sido criticado e alvo de promessas de retaliações de congressistas diante dos desdobramentos das investigações de políticos no esquema de corrupção da Petrobras.

Janot recebeu 799 votos, 288 votos a mais do que em sua votação na eleição organizada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) em 2013 e que lhe garantiu sua indicação à Presidência para o posto.

A lista será encaminhada nos próximos dias à presidente Dilma Rousseff, que deve indicar ao Congresso quem assumirá o cargo. Ela não é obrigada a escolher os nomes sugeridos pela associação, mas esta é a tradição desde o governo Lula. A expectativa é de que Dilma opte pela recondução de Janot.

O nome escolhido por Dilma terá ainda que passar por uma sabatina e votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e, se aprovada, segue para análise do plenário da Casa. Dos 27 titulares da comissão, oito são investigados por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras.

Se o indicado receber aval da CCJ, ele terá que passar por nova votação secreta no plenário, precisando pelo menos de 41 votos.

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