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Dilma: Qualquer forma de encurtar caminho da rotatividade democrática é golpe, sim

Presidente criticou os que apostam "no quanto pior, melhor" para a política e a economia

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 16/09/2015 às 14:27
Foto: Cadu Gomes / Dilma 13 / Fotos Públicas
Presidente criticou os que apostam "no quanto pior, melhor" para a política e a economia - FOTO: Foto: Cadu Gomes / Dilma 13 / Fotos Públicas
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A presidente Dilma Rousseff (PT) usou nesta quarta-feira (16) pela primeira vez, a palavra "golpe" em público para se referir à tentativa da oposição e de representantes da sociedade civil de abrir um processo de impeachment para tirá-la do cargo.

Em discurso em Presidente Prudente (SP), onde participou de cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida, ela criticou os que apostam "no quanto pior, melhor" para a política e a economia. Segundo ela, essa postura só leva ao pior, "porque nós conquistamos a democracia com imenso esforço e a base da democracia é a legalidade dada pelo voto de cada um". Em reação à fala da presidente, representantes de movimentos sociais presentes ao evento gritaram "não vai ter golpe".

Após um breve silêncio, a presidente emendou: "qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, sim. Principalmente quando esse caminho é feito só de atalhos questionáveis", afirmou. "Outro caminho é torcer para o Brasil piorar, ter o pessimismo na cabeça. Quem acha que tudo vai dar errado, chama o erro para si mesmo e quem acha que tudo está ruim, chama a dificuldade para si mesmo", completou a presidente.

Dilma pediu "tranquilidade" para reconhecer onde está o problema e afirmou que o governo tem adotado medidas para controlar a inflação "que corrói a renda do trabalhador e o lucro do empresário" e ainda, como qualquer família, para controlar o orçamento. "Se possível, fazer uma pequena, pequenininha poupança para os próximos anos, pois queremos assegurar programas sociais e investimentos", concluiu.

Ela usou a crise ainda para justificar o cuidado adotado pelo governo na terceira etapa do programa habitacional. "Vamos começar o Minha Casa Minha Vida 3 com cuidado e não há a hipótese de não continuar. Todo o esforço que fazemos para cortar as despesas é para contratar o Minha Casa Minha Vida 3", afirmou ela, prevendo a entrega das primeiras moradias da nova fase do programa "para além de 2018", ou seja, após o término do atual mandato. "Estamos apertando o cinto para conseguir o que é mais importante".

Antes e durante o discurso, a presidente foi aplaudida e saudada com gritos "Dilma eu te amo" e "Olê, olê, olá, Dilma" por parte dos presentes, muitos deles ligados ao PT e aos movimentos sociais. Durante a fala, Dilma fez afagos aos deputados federais e chamou os parlamentares de parceiros no MCMV fase 2 e que certamente serão parceiros no MCMV fase 3.

"É importante que eles venham aqui para que a população saiba que conseguimos realizar essas obras porque temos parcerias no Congresso", disse Dilma, que busca apoio de deputados para a aprovação dos projetos de ajuste fiscal e orçamentário na Câmara

A presidente retorna a Brasília após fazer a entrega simultânea de 2.599 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. São 2.343 residências na cidade no Oeste do Estado de São Paulo e outros 256 apartamentos em Cotia (SP). O investimento total nos empreendimentos foi de R$ 179,11 milhões segundo o Ministério das Cidades.

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