Brasília

Dilma liga para Cunha para saber de clima antes de votação de vetos

O peemedebista almoçava com líderes partidários no momento da ligação e conversava justamente sobre o assunto

Do JC Online
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Publicado em 22/09/2015 às 17:10
Foto: EVARISTO SA / AFP
O peemedebista almoçava com líderes partidários no momento da ligação e conversava justamente sobre o assunto - FOTO: Foto: EVARISTO SA / AFP
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A presidente Dilma Rousseff telefonou na tarde desta terça-feira (22) para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para saber como está o clima na Câmara para a sessão de vetos desta noite.

O peemedebista almoçava com líderes partidários no momento da ligação e conversava justamente sobre o assunto. Uma resposta definitiva, contudo, só será possível no fim do dia, após as diversas reuniões que ocorrem ao longo da tarde.

Apesar de haver, nos bastidores, acordo para adiar a votação dos 32 vetos que podem gerar impacto de R$ 127,8 bilhões para os próximos quatro anos, o governo está preocupado com a possibilidade de não conseguir evitar uma derrota caso a sessão realmente ocorra.

Com a base governista desgastada, o Palácio do Planalto dava como certa a derrota na semana passada. Hoje, o cenário ainda é incerto. As bancadas dos partidos aliados se reúnem até o fim do dia para avaliar como está o clima.

Mais cedo, Cunha disse ser "arriscado" abrir a sessão. "Vai ser ruim. Acho melhor, do ponto de vista pragmático, não correr esse risco e adiar, por uma questão simples. Se o governo perder, a relação do mercado vai ser horrorosa e a situação já tem uma instabilidade. Você não deverá correr muitos riscos", afirmou o presidente da Câmara.

O presidente do Senado, que também preside o Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou mais cedo que pode adiar a sessão.

É o próprio Renan quem deve liderar o movimento para adiar a reunião desta noite. Se uma das duas Casas estiver com votação em andamento na hora marcada para a sessão do Congresso, ela se torna inviável.

Como a oposição não aceitará fazer acordo para adiar a sessão, essa será a alternativa que o Senado vai colocar em prática para protelar a votação dos vetos presidenciais.

Caso os vetos de impacto bilionário sejam derrubados, o ajuste fiscal que o governo tenta fazer pode ser inviabilizado. O projeto que mais preocupa o governo é o que barra o reajuste de cerca de 59,5% dos servidores do Judiciário nos próximos quatro anos. O impacto, conforme cálculos do governo, é da ordem de R$ 25,7 bilhões.

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