A crise interna do Brasil não ficou de fora do discurso da presidente Dilma Rousseff (PT) na abertura na Assembleia Geral da ONU (Organizações das Nações Unidas), em Nova Iorque, na manhã desta segunda-feira (28). Com a popularidade arranhada pelos desvios na Petrobras, a presidente garantiu, diante de observadores de todo o mundo, que o governo brasileiro não tolera a corrupção e disse que as sanções da lei devem recair sobre todos os que tenham praticado atos ilícitos.
"Queremos um país em que os governantes se comportem rigorosamente segundo suas atribuições, sem ceder a excessos", afirmou a presidente. "O governo e a sociedade não toleram e não tolerarão a corrupção. A democracia brasileira se fortalece quando a atoridade assume o limite da lei como o seu próprio limite", disse ainda a presidente. "As sanções da lei devem recair sobre todos os que praticaram e que praticam atos ilícitos, respeitados os direitos a ampla defesa", defendeu.
"O Brasil continuará trilhando o caminho democrático e não abrirá mão das conquistas pelas quais tantos lutamos", emendou Dilma. A petista pregou um país onde o debate político ocorra com liberdade e respeito e, num recado a manifestações recentes no Judiciário, afirmou que os magistrados não podem julgar seguindo posições partidárias.
ECONOMIA - Sobre os problemas na economia, a presidente disse que o Brasil passou seis anos buscando evitar que os efeitos da crise mundial abalassem a economia interna, mas reconheceu que esse esforço também chegou ao limite por "razões fiscais internas".
"O Brasil não tem problemas estruturais graves. Nossos problemas são conjunturais. E diante dessa situação, estamos reequelibrando nosso orçamento e assumimos uma grande redução das nossas despesas e até de investimentos", afirmou Dilma.
A presidente disse que a economia brasileira é mais forte e sólida hoje do que há alguns anos atrás e assegurou que o país vive um processo de transição para um novo ciclo de expansão mais profundo, sólido e duradouro.