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"Maior risco é a procura por soluções fáceis", diz Levy

De acordo com o ministro, sem o ajuste a taxa de juros não vai cair e a inflação não será controlada

Da Folhapress
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Publicado em 29/09/2015 às 12:35
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
De acordo com o ministro, sem o ajuste a taxa de juros não vai cair e a inflação não será controlada - FOTO: Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou, na manhã desta terça-feira (29) em São Paulo, que o maior risco para o país é a busca por "soluções fáceis" através de mudanças pontuais. Para Levy, o ajuste fiscal traria a queda dos juros e permitiria ao empresariado planejar a longo prazo.

"A gente tem dificuldades, incertezas, mas acho que o maior risco que talvez a gente tenha é a procura de soluções fáceis. É a procura de que a mudança de uma peça aqui e acolá vai resolver tudo, quando há problemas que são objetivos", afirmou o ministro em evento organizado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

"Primeiro a gente tem que acertar o fiscal, que é a maior fonte de incertezas para todos. Se eu não sei o que vai acontecer nos impostos, daqui a dez anos, eu vou ter mais dificuldade de querer investir."

De acordo com o ministro, sem o ajuste a taxa de juros não vai cair e a inflação não será controlada.

"A consequência de a gente acertar o fiscal é muito simples. Na hora em que esse risco é retirado, a economia se relaxa. Todo mundo quer ver a taxa de juros cair. Não há dúvida nenhuma de que enquanto a gente não acertar o fiscal, é muito difícil a taxa de juros cair. Se juntarmos o fiscal com a inflação, também nós vivemos a inflação e sabemos que não há empresa que consiga se planejar direito e realmente ter um incentivo para melhorar a sua produtividade quando se tem as oscilações da inflação."

 

CORTE DE GASTOS, ALTA DE IMPOSTOS

Ele completou que o governo tem de cortar gastos, mas que também precisa pensar em ampliar a arrecadação.

"O Brasil não vai acreditar em espuma. Para não desequilibrar o fiscal, temos que pensar em receitas. Assim foi com Inglaterra, Espanha, todos os países que nos últimos anos passaram por dificuldades também recorrem a isso."

Segundo Levy, as reformas e as mudanças usadas para reduzir gastos demoram para acontecer. "E precisa ter uma fonte segura para chegar do outro lado. Basta ver a evolução dos mercados nas últimas semanas quando houve dúvidas se nós vamos conseguir também ter as receitas necessárias."

ESTADOS UNIDOS

Segundo Levy, o país ainda deve enfrentar uma "possível turbulência na medida em que a política monetária americana avançar".

"Eles [Estados Unidos] estão sendo extremamente cautelosos neste avanço porque sabem das consequências. E o governo [brasileiro] tem procurado se preparar para isso."

Levy voltou a dizer que é necessário dividir a estratégia em etapas para enfrentar a crise.

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