Movimentos sociais iniciaram nesta sexta-feira (2), uma série de manifestações pelo País em defesa do governo Dilma Rousseff, da Petrobras e contra o ajuste fiscal. Protestos no Rio de Janeiro, em Vitória e em Cuiabá reuniram cerca de 600 pessoas, segundo os organizadores. Neste sábado, 3, estão programados atos em 27 cidades.
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Cerca de 150 pessoas participaram da manifestação, no centro do Rio, no início da noite. O grupo se concentrou ao redor da igreja da Candelária e seguiu em caminhada pela avenida Rio Branco e outras vias até a frente da sede da Petrobras.
Os protestos foram promovidos pela Frente Brasil Popular, grupo que inclui entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), os coletivos Fora do Eixo e Mídia Ninja, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), além do PT e do PCdoB.
"Defendemos a manutenção do mandato da presidente Dilma e somos contra qualquer tipo de golpe, mas isso não significa adesão ao governo federal. Somos absolutamente contrários à atual política econômica e queremos alertar a presidente de que ela está perdendo o apoio da base social", afirmou Orlando Guilhon, integrante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, outra entidade que integra a frente.
Programas sociais
Em Vitória, um grupo de aproximadamente 200 pessoas fez um ato em frente à sede da Petrobras. O movimento reuniu estudantes, representantes de partidos de esquerda, integrantes da União da Juventude Socialista e o Movimento dos Pequenos Agricultores.
Um dos representantes da União da Juventude Socialista Jonas Lube defendeu a manutenção dos programais sociais do governo federal. "Para eles (os ricos) estava bom do jeito que estava, e eles não admitem que o dinheiro público seja utilizado em programas sociais como Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, entre tantos outros. Muito ainda deve ser feito em favor da maioria do povo, mas não serão esses que querem derrubar a Dilma que farão isso", disse.
Em Cuiabá, cerca de 250 pessoas participaram do lançamento da Frente Brasil Popular e voltam a realizar, neste sábado, ato público em uma praça central da cidade. "Defendemos a permanência do governo que foi eleito pelo povo, mas somos contra a política Renan-Levy", disse Robinson Ciréia, integrante da direção executiva da CUT, em uma referência ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Programação
Estão programados atos em mais 27 cidades neste sábado. A data das manifestações foi escolhida para ocorrer no dia em que a Petrobras completa 62 anos.
O ato na capital paulista começará às 14h na Avenida Paulista e deve terminar no fim da tarde na Praça da Sé. São Paulo é o Estado com mais protestos marcados: em sete cidades. A previsão é mobilizar militantes em 21 Estados e no Distrito Federal. Em Brasília, os manifestantes passarão longe do Congresso ou do Palácio do Planalto. O protesto será em Ceilândia, cidade a 30 km da capital federal.
Desta vez, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) não participará dos protestos. Guilherme Boulos, líder do grupo, afirma que o movimento estará ausente porque pretende marcar "independência" em relação ao governo Dilma. "Uma das diferenças (em relação a protesto anterior) é que agora não é possível, não é papel dos movimentos sociais defenderem o governo", afirmou ao Estado. Segundo ele, na próxima quinta-feira deverá ser lançada a Frente Povo Sem Medo, que tem uma "demarcação mais clara" de independência ao governo.
Movimentos sociais que apoiam o governo Dilma já fizeram atos pelo País em 20 de agosto que contaram com a presença dos Sem-Teto. Em 13 de agosto, CUT, MST e UNE também fizeram manifestação como contraponto a protestos em defesa do impeachment de Dilma, ocorridos em 15 de março.