A oposição reagiu rapidamente à notícia de que o governo vai tentar afastar o relator do processo das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff do julgamento do TCU (Tribunal de Contas da União).
Líderes de partidos como o PSDB e o DEM afirmaram neste domingo (4) que a ofensiva contra o ministro Augusto Nardes revela a face autoritária da gestão petista e configura o primeiro gesto institucional bolivariano do partido no Brasil.
Líder da minoria na Câmara, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) disse ter visto com muita preocupação a iniciativa do governo, anunciada pelo ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Luís Inácio Adams.
Isso é muito grave, estarrecedor. É a primeira atuação bolivariana institucional do PT dentro do Brasil, afirmou. O governo mostra agora a pior face do seu autoritarismo e intolerância. Por trás dessa ação vergonhosa está apenas o temor em ver as contas da presidente rejeitadas, concluiu.
Líder do DEM, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) afirmou que o Congresso tem o dever de reagir à ofensiva do governo. "O TCU é um órgão auxiliar do Congresso Nacional. Não podemos e não vamos aceitar esse tipo de intimidação. O Congresso terá que reagir", afirmou.
APOSTA O resultado do julgamento das contas da presidente Dilma do ano de 2014 é a principal aposta da oposição para justificar a abertura de um pedido de impeachment contra a petista no Congresso.
O TCU avalia se as contas do governo foram maquiadas por meio de dispositivos como as chamadas pedaladas fiscais -uso de dinheiro de bancos públicos para pagamento de despesas da União, como programas sociais.
O governo afirma que Nardes antecipou seu voto, ao dar declarações sobre o processo e que isso seria suficiente para colocar o relator do processo em suspeição por parcialidade na condução de sua análise.