O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira (5) que a volta da CPMF vai servir como uma ponte para o Brasil conseguir recuperar o equilíbrio fiscal e, consequentemente, voltar a atrair investimentos.
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"A CPMF até agora tem um papel muito importante, como teve na época do Fernando Henrique Cardoso, quando o presidente teve que trazer o país de volta para uma rota de equilíbrio. Ele obviamente contou com a CPMF", disse o ministro.
Levy afirmou que a CPMF será provisória, como foi enviada ao Congresso. Na sexta-feira (2), o novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, defendeu que o imposto fosse permanente, e não pelo período de quatro anos.
Ao participar na manhã desta segunda do seminário 20 anos da lei das concessões, promovido pela FGV (Fundação Getulio Vargas) no Rio, Levy voltou a defender a manutenção dos vetos presidenciais para as chamadas pautas-bomba.
Entre as pautas-bomba que podem ser votadas no Congresso está a que concede reajuste de até 78% nos salários dos servidores do Judiciário, por exemplo.
"Cada veto que é mantido é um imposto a menos que a gente tem que pagar e um passo a frente em a gente voltar a crescer", disse Levy.
Questionado sobre a reforma ministerial, Levy respondeu de forma vaga que o Brasil precisa priorizar a estabilidade fiscal para ter crescimento rápido e que a presidente Dilma Rousseff está "muito focada nesse assunto".
Segundo Levy, superada a votação dos vetos, o foco será a discussão do Orçamento de 2016. Ele disse que, resolvido o Orçamento, o país tem condições de retomar rapidamente a rota de crescimento econômico.
"Experiências em várias ocasiões, como no começo do governo Lula, demonstraram que se você acerta o fiscal, o crescimento vem em poucos meses. Hoje temos condições de fazer isso", disse o ministro da Fazenda.
Levy disse que, país voltou a afirmar que, feito o ajuste fiscal, a inflação deve ceder e permitir também a queda dos juros da economia. O país terá então que focar nas reformas capazes de atrair mais investimentos para o país.
"É o que chamo de um, dois, três. Você acerta o Orçamento e vamos ver economia crescendo, juros caindo, porque vai ter menos risco na economia. Então temos que tratar do médio prazo para evitar qualquer voo de galinha. Queremos crescimento rapidamente, já, e duradouro", disse.