Câmara

Cunha nega participação em dissolução do bloco do PMDB na Câmara

O discurso de que o PMDB tomou a iniciativa de deixar o grupo, segundo relatos, foi a "saída honrosa" que os líderes encontraram para não terem que anunciar uma "expulsão" do líder peemedebista

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 08/10/2015 às 16:20
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O discurso de que o PMDB tomou a iniciativa de deixar o grupo, segundo relatos, foi a "saída honrosa" que os líderes encontraram para não terem que anunciar uma "expulsão" do líder peemedebista - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou na manhã desta quinta-feira (8) participação na dissolução do bloco parlamentar liderado pelo PMDB na Casa. Ontem, líderes partidários ligados ao peemedebista anunciaram um novo grupo formado por PP, PTB, PSC e PHS, representando 82 parlamentares. 

Cunha explicou que o bloco liderado pelo PMDB não tinha compromisso de atuação política conjunta e que fora formado na eleição da Mesa Diretora, no começo da legislatura. Segundo o peemedebista, os partidos já não tinham mais afinidade em suas posições nas votações de plenário e o "desconforto" entre os partidos havia chegado ao limite. 

O presidente da Casa disse que a mudança no bloco não era um ato de retaliação ao líder da bancada do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), e que ele só participou do encaminhamento final para solução do problema. "Não tive nenhuma participação, não tem nenhum gesto político nisso", reforçou.

O discurso de que o PMDB tomou a iniciativa de deixar o grupo, segundo relatos, foi a "saída honrosa" que os líderes encontraram para não terem que anunciar uma "expulsão" do líder peemedebista. Um dos principais motivos alegados nos bastidores para o rompimento com Picciani foi a condução da reforma ministerial em que os demais partidos do bloco não foram consultados a respeito das negociações realizadas com a presidente Dilma Rousseff.

 

Contas na Suíça

Mais uma vez, Cunha evitou falar sobre contas encontradas pelo Ministério Público na Suíça em seu nome e de seus parentes. Fontes próximas à investigação confirmaram que o peemedebista usou o mesmo banco dos ex-diretores da Petrobras, o Julius Baer, para desviar milhões de dólares em propina. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, estão congelados US$ 2,4 milhões nas contas. 

O peemedebista disse que, quando for notificado, seus advogados se pronunciarão sobre o assunto. Para o deputado, as denúncias são variações diferentes sobre um mesmo tema e "contraditórias uma com a outra". Ele declarou não temer a representação articulada pelo PSOL no Conselho de Ética da Casa. "Não tem problema nenhum. Que entrem", afirmou.

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