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A presidente Dilma Rousseff criticou nesta segunda-feira (19) a intervenção militar da Rússia em território sírio e fez questão de frisar que é contra qualquer tipo de diálogo com a facção radical Estado Islâmico.
As declarações foram dadas durante entrevista coletiva após o comunicado conjunto feito por ela ao lado do primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, em Estocolmo. O conflito na Síria fez parte das discussões entre os dois.
Para Dilma, as grandes potências deveriam buscar em conjunto uma solução diplomática antes de optar por ações militares distintas na região.
"Não é necessariamente através de bombas que se resolve o problema, mas sentando para negociar com todos os que estão presentes", afirmou.
Ela, no entanto, deixou claro que o Estado Islâmico, na sua visão, não faz parte desse diálogo -no ano passado, uma declaração da presidente na ONU, em Nova York, causou polêmica porque teria aberto brecha para interpretação de que ela defendia negociar com a facção terrorista.
Segundo a presidente, essa interpretação na época foi uma "falsidade". "No momento eleitoral, infelizmente as coisas são distorcidas. Óbvio que não tem conversa com o Estado Islâmico, não é com o EI que tem de conversar. Você tem de ser uma tentativa de solução via grandes potências. Dentro da Síria não há só o Estado Islâmico", afirmou.
De acordo com Dilma, o EI deve ser "combatido com armas", mas numa ação que envolveria uma discussão entre as principais potências. "Nós somos radicalmente contra grupos terroristas como o Estado Islâmico e não acreditamos que é uma simples questão de invadir e bombardear um país e tudo estará resolvido. Isso também é o que cerca a intervenção russa. A intervenção russa tem a sua explicação baseada no fato de que é a proteção contra, entre outros, o EI, e tem outros grupos também que tem um componente similar, como a Al Qaeda", disse a presidente.
Desde 30 de setembro, a Rússia, aliada do ditador sírio, Bashar al-Assad, tem atuado militarmente na Síria sob o discurso de combater o EI, que vem ocupando territórios sírios e no Iraque.
O movimento das forças do governo de Vladimir Putin que tem recebido críticas dos Estados Unidos e da União Europeia por supostamente estar atingindo civis e rebeldes que fazem parte da oposição moderada ao regime.