O PSDB propôs na CPI da Petrobras a abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social), por suspeitas de participação no esquema de corrupção na estatal.
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A exemplo do PSOL, os tucanos entregaram um voto em separado na sessão do colegiado desta quarta-feira. O parecer não contém nenhum pedido de indiciamento.
O documento também solicita investigação aos ex-ministros Antonio Palocci, José Dirceu, Guido Mantega, Gilberto Carvalho e Ideli Salvatti.
Os tucanos argumentam esses oito petistas compunham o núcleo estratégico do esquema, por isso a necessidade de instauração de inquéritos civis e criminais.
"O Palácio do Planalto tinha, sim, pleno conhecimento do esquema [...] Tanto o governo de Lula quanto o da atual presidente foram beneficiados direta e indiretamente", afirmou o deputado Izalci (PSDB-DF), que leu o resumo do voto.
PARLAMENTARES
O PSDB propõe também a abertura de apuração envolvendo outros 49 políticos, incluindo quase todos os parlamentares que já respondem a inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal), entre eles o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A lista do partido deixou de fora os nome dos senadores tucanos Antonio Anastasia (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP).
No caso de Anastasia, a PGR (Procuradoria-geral da República) pediu o arquivamento do inquérito, mas a Polícia Federal quer a continuidade das investigações.
Aloysio é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por ter sido citado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC. O caso não tem ligação direta com a Lava Jato, mas há suspeita de caixa 2.
O partido incluiu na mira de seus pedidos de apuração três personagens já falecidos: o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), o ex-deputado federal José Janene e o ex-presidente do próprio PSDB Sérgio Guerra.
Todos aparaceram no curso da Operação Lava Jato, sob suspeita de serem parte do esquema.
SESSÃO SUSPENSA
A sessão desta quarta começou por volta das 15h30, mas foi suspensa às 17h30 para que os integrantes do colegiado pudessem registrar presença e acompanhar as votações no Plenário.
A reunião deve ser retomada à noite, mas a votação do relatório da CPI tende a ocorrer apenas nesta quinta.
Como há três relatórios -o oficial e dois votos em separado- o colegiado terá de definir, por maioria, se aceita o parecer do relator ou se o aprova com alterações.
Em tese, os documentos de PSDB e do PSOL são apenas manifestações paralelas e não podem ser votados. Nada impede, porém, que o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB) estabeleça uma nova interpretação.
Caso contrário, restaria à oposição tentar incluir trechos do seu parecer no relatório afinal, assinado por Luiz Sérgio (PT-RJ).