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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (19) que teria votado a favor da manutenção do veto ao aumento de salários dos servidores do Judiciário e da aposentadoria da Previdência.
"Pessoalmente, não teria votado favoravelmente [ao aumento dos salários] porque nós passamos por um período de grande dificuldade e crise. Precisamos, nesse momento, salvar empregos e criar novos empregos, além de direcionar o máximo [de recursos] para investimento", disse governador durante a divulgação de um plano de concessões do Estado em torno de R$ 13,4 bilhões, que inclui rodovias, aeroportos, ônibus intermunicipais e metrô.
O discurso de Alckmin vai de encontro a decisão da bancada tucana na Câmara, que votou na noite desta quarta-feira (18), de forma maciça, contra o governo Dilma Rousseff nos principais itens da chamada pauta-bomba. Alckmin, no entanto, ressaltou que "há uma boa bancada de deputados atuantes e vigilantes do interesse público e que cada um analisa o projeto de sua maneira".
Na semana passada, o líder do partido e senador Aécio Neves (PSDB) disse que a legenda daria uma trégua ao governo e que passariam a votar a favor do equilíbrio fiscal. Apenas dois deputados tucanos se posicionaram a favor da manutenção do veto: Nelson Marchezan Jr. (RS) e Samuel Moreira (SP).
TRAIÇÕES
O mapa da votação do veto mostra que mesmo aliados do governo votaram contra os interesses do Planalto. Metade do PMDB, maior partido da base aliada, votou pela revogação do veto. Dos 52 deputados federais do partido que votaram na sessão, metade 26 se posicionaram contra a presidente.
Em todas as outras legendas governistas também houve registro de votos contrários aos interesses da gestão Dilma Rousseff. Mesmo no PT, partido de Dilma, houve nove votos contrários ao veto no conjunto de 53 deputados que estiveram na sessão.
O PDT, partido que na reforma emplacou o então líder da bancada, André Figueiredo, no Ministério das Comunicações, marcou oito de seus 11 votos contra Dilma. No PC do B, houve o registro de duas infidelidades, entre elas a do ex-ministro de Lula e Dilma Orlando Silva (SP).
PP (17 de 29), PTB (10 de 17), Pros (4 de 9), PRB (11 de 12), PR (7 de 25) e PSD (12 de 19) também mostraram defecções -nessa última sigla, até o líder da bancada, Rogério Rosso (DF), votou contra o governo.