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Temos que pensar o 'day after' do impeachment, diz Serra

Serra defendeu que não é questão de o PSDB apoiar um governo do PMDB, mas de pensar o futuro do País

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 11/12/2015 às 21:32
Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado
Serra defendeu que não é questão de o PSDB apoiar um governo do PMDB, mas de pensar o futuro do País - FOTO: Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado
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O senador José Serra (PSDB-SP), o mais próximo entre os tucanos do vice-presidente Michel Temer (PMDB), disse nesta sexta-feira (11) ver que Dilma Rousseff provavelmente perderá o mandato de presidente da República. O senador defendeu que é preciso pensar no 'day after' do impeachment.

"Temos que nos preocupar com o 'day after', com o que vem no dia seguinte. A hipótese do vice-presidente Michel Temer assumir o governo é grande e, se isso acontecer, nós todos temos que fazer um esforço para termos uma união nacional, para reconstruir o Brasil, porque a situação que estamos atravessando é gravíssima", disse Serra após um evento no Recife ao lado do governador Paulo Câmara (PSB).

Serra defendeu que não é questão de o PSDB apoiar um governo do PMDB, mas de pensar o futuro do País. "Não é propriamente você apoiar tal partido, não se trata disso. Trata-se de você apoiar um governo que sucederá um governo muito fraco e que terá uma responsabilidade enorme no futuro de reconstruir o Brasil. As negociações, de participação no governo, devem ser feitas com esse critério: o interesse do País."

Serra foi o único dos principais caciques do partido, até agora, a gravar um vídeo chamando as pessoas para a manifestação pró-impeachment neste domingo, 13. "Vamos juntos às ruas, lutar pelas mudanças que o País tanto necessita. Sua presença é muito importante. Vamos juntos escrever a historia do Brasil", diz o senador em vídeo postado na sua página no Facebook. Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin não registram apelos semelhantes em seus perfis.

O senador disse não ter a preocupação manifestada por outros integrantes da oposição de arrastar o processo de impeachment. "Não tenho dúvida que o começo do processo de impeachment vai provocar uma espécie de 'plebiscitação' na cabeça das pessoas. Não tenho a mesma preocupação com relação ao tempo, melhor deixar pra depois, antes. Acho que tem que ir o mais depressa possível. A população brasileira formará o seu juízo e fará chegar o seu pensamento, a sua sensação, a sua decisão, aos parlamentares, que são muito suscetíveis a isso. Vejo que realmente é uma tendência de a grande maioria querer que se troque o governo."

Sobre Temer ter cometido manobras fiscais semelhantes àquelas pelas quais o governo Dilma foi condenado no Tribunal de Contas da União (TCU), em momentos quando assumiu a Presidência interinamente, Serra desconversou. "Não conheço o processo, não vi essas representações", afirmou, mas defendeu que nessas situações, em que um vice assume quando o presidente está viajando por exemplo, seu papel é "transitório" e portanto teria que haver "outro tipo de análise".

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