Embate

Impeachment de Dilma divide opinião de parlamentares

Segundo pesquisa, 32 integrantes da comissão da Câmara dos deputados que devem decidir sobre a permanência da presidente do poder são a favor de sua saída, enquanto 31 são contrários

AFP
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Publicado em 20/03/2016 às 17:10
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo pesquisa, 32 integrantes da comissão da Câmara dos deputados que devem decidir sobre a permanência da presidente do poder são a favor de sua saída, enquanto 31 são contrários - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Comissão de 65 deputados que deve dar seu parecer sobre uma possível destituição da presidenta Dilma Rousseff começou seu trabalho fortemente dividida, com uma leve vantagem para os partidários do impeachment, indica uma pesquisa da consultoria Arko Advice.

De acordo com o levantamento, publicado neste domingo pelo jornal O Dia, do Rio de Janeiro, 32 integrantes desta comissão apoiam o impeachment, 31 o rejeitam e 2 permanecem indecisos.

O estudo foi realizado na quinta-feira passada, quando a Comissão acabava de se formar para avaliar se há motivos suficientes para destituir a presidenta Dilma por suposta manipulação das contas públicas. O empate técnico entre as duas partes está longe de marcar linhas divisórias intransponíveis.

"O panorama pode mudar rapidamente", disse o diretor da Arko, Murilo Aragão, destacando que na Câmara dos Deputados, que deverá aprovar ou negar o parecer da Comissão, há cada vez mais legisladores que consideram inevitável a destituição da presidente Dilma Rousseff.

A Comissão de 65 deputados submeterá seu parecer depois de 15 sessões parlamentares plenárias, a primeira das quais foi realizada na sexta-feira,  e uma recomendação favorável a um processo de impeachment deve ser aprovada por dois terços da Câmara (342 de 513 deputados).  Caso ocorra, precisa, ainda, ser ratificada pela maioria simples do Senado (de 81 cadeiras).

Segundo outra pesquisa da mesma consultoria, realizada entre 15 e 17 de março com uma amostra de 100 deputados de 23 partidos políticos, "62% acreditam que a Câmara aprovará um impeachment", mais que o dobro em fevereiro (24,5%). "Em apenas três semanas, o resultado quase triplicou", destacou Murilo Aragão.

A postura favorável ao impeachment avança também na opinião pública. Uma pesquisa do Datafolha publicada no sábado indica que 68% dos brasileiros querem que Dilma seja destituída, frente a 60% de um mês atrás.

Neste caso, Dilma seria afastada automaticamente de seu cargo por um prazo máximo de 180 dias. E sua destituição definitiva ocorre com a votação do Senado ao final de todo o processo, desta vez por maioria de dois terços (54 senadores).

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