O relator do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial da Câmara, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), afirmou nesta segunda-feira (21) que não pretende ouvir ministros do governo durante os trabalhos do colegiado.
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Em entrevista coletiva, Arantes disse também que pretende levar em consideração em seu relatório os aditamentos feitos ao processo inicial, entre eles a delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (sem partido-MS), na qual o senador cita Dilma.
"Se quiserem falar comigo, estarei à disposição aqui na comissão Agora, convidar para ouvir ministro não", disse o relator, sinalizando que não pretende apoiar pedidos da oposição, que já apresentou mais de 30 requerimentos para que a comissão ouça ministros, a própria presidente Dilma e o ex-presidente Lula.
Arantes afirmou que, antes de ouvir a defesa da presidente, quer ouvir os juristas que apresentaram o pedido de impeachment. A ideia do relator é que a comissão especial ouça Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal na próxima segunda-feira, 28.
Entre as pessoas que também pretende ouvir na comissão estão especialistas em orçamento do Tribunal de Constas da União (TCU), o relator das contas da presidente Dilma Rousseff de 2014, ministro Augusto Nardes, e o procurador junto à Corte de Contas, Júlio Marcelo de Oliveira.
O relator disse que, em seu relatório, vai procurar se ater aos autos do processo. "Evidentemente que, num processo político onde tem que se discutir e que se ouvir todas as partes, vou ouvir todos com relação, inclusive, às denúncias novas que chegaram", admitiu o parlamentar.
De acordo com o relator, as denúncias aditadas na semana passada "farão parte, evidentemente, do nosso estudo, para que a gente possa formular um relatório dentro exatamente do que estou colocando, sobre todas as peças que estão dentro desse relatório".
Jovair afirmou que, durante a elaboração do parecer, evitará participar de reuniões no Palácio do Planalto. "Um vice-líder vai representar quando necessário", disse o deputado, que é líder do PTB na Câmara. Nas questões internas da bancada, contudo, ele continuará atuando.