A presidenta Dilma Rousseff classificou nesta quarta-feira (23) como “importante” a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, de pedir que o juiz da 13ª Vara de Federal de Curitiba, Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos da operação na primeira instância, envie ao STF as investigações que envolvam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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“Eu considero a decisão do ministro importante porque ela estabelece o primado da lei nas relações dos órgãos que investigam o presidente Lula”, disse a presidenta a jornalistas após visitar as obras de infraestrutura de solo para operação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, do Centro de Operações Espaciais.
Perguntada se o governo comemorou a decisão, a presidente disse que essa não seria a palavra adequada. “Não acho que a palavra sejam comemorar. Acho que todos os brasileiros devem estar muito preocupados quando os processos investigativos, os processos judiciais, não são feitos dentro da lei. Por que isso? Porque a base do Estado Democrático de Direito é o cumprimento da lei por todos”, respondeu.
A presidenta criticou o vazamento dos diálogos por telefone entre ela e o ex-presidente Lula e disse que a atitude fere os princípios constitucionais da privacidade e a legislação de grampos. “Acho primeiro que foi um absurdo no sentido de que feriu a base do Estado Democrático de Direito e as garantias e direitos constitucionais da Presidência da República”. E completou: “Vazar diálogos pessoais que não fazem parte do conteúdo da investigação é uma violência, é um padrão que não se deve aceitar, não se deve compactuar com ele”.
Perguntada se acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá condições de assumir a chefia da Casa Civil, Dilma respondeu que não só acredita como está lutando para tal.