Mulheres de movimentos sociais e sindicais manifestaram nesta quinta-feira (7) apoio à presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Em discursos, durante o Encontro com Mulheres em Defesa da Democracia, elas se posicionaram contra o impeachment. A presidente recebeu dos movimentos manifestos em favor da democracia. A integrante da Marcha das Margaridas, Alessandra Lunas, destacou que as mulheres camponesas estão nas ruas em defesa do mandato da presidenta Dilma.
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“Nós mulheres estamos sempre nas ruas dizendo que estamos em defesa da democracia porque ela para nós é um princípio fundamental para garantir a igualdade no nosso país. Não admitiremos que desmontem a democracia e os instrumentos de lutas da classe trabalhadora que é o que garante o não retrocesso de direito”, destacou.
A representante da Marcha Mundial da Mulheres, Sônia Coelho, disse que a presidenta Dilma tem sofrido ataques relacionados à questão de gênero, os quais ela classificou de machistas. “Queremos repudiar a violência que tem sofrido a presidenta Dilma com ataques racistas, machistas. Quando ataca uma mulher no poder, ataca todas nós mulheres brasileiras. Quero dizer que somos parte dessas mulheres que estamos nas ruas dizendo que não vai ter golpe.”
Em diversos momentos da cerimônia, as mulheres entoaram em coro gritos de ordem como “No meu país eu boto fé porque ele é governado por mulher” e “Não vai ter golpe e vai ter luta”.
Enquanto as representantes dos movimentos sindicais discursavam, houve um momento de tumultuo quando uma mulher vestida com uma camiseta com as palavras “Impeachment é democracia” chegou ao Salão Nobre do Palácio do Planalto.
A presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatraf), Creuza Maria de Oliveira, listou as conquistas sociais obtidas pelas domésticas. “Estamos também participando da defesa desse governo, que é nosso. Queremos respeito a esse mandato democrático, eleito pelo povo, pelas mulheres. Não podemos aceitar que a Constituição deste país seja rasgada. Queremos dizer: mexeu com ela, mexeu conosco. Não vamos aceitar retrocesso.”
Reportagem
Nos discursos, participantes do evento criticaram reportagem da revista IstoÉ que diz que a presidenta “está fora de si” e com “problemas emocionais”. “Queremos aqui repudiar atos e manifestações como o da Revista IstoÉ que atentam a cada uma de nós”, disse Alessandra Lunas, da Marcha das Margaridas. Ao discursar, a presidenta Dilma também criticou a reportagem, disse que está "indignada" e que demandou que a revista seja processada. "Essa revista vem sistematicamente mentindo e incentivando o ódio e a intolerância", disse.
No último dia 2, o Palácio do Planalto informou que a Advocacia-Geral da União (AGU) acionará o Ministério da Justiça para que determine a abertura de inquérito a fim de apurar crime de ofensa contra a honra da presidenta Dilma Rousseff cometido pela revista.
Entre as participantes do Encontro com Mulheres em Defesa da Democracia estavam integrantes da Marcha das Margaridas, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Marcha Mundial das Mulheres, da Marcha das Mulheres Negras, da Fenatraf e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Ministras também participaram do evento como Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, e Izabela Teixeira, do Meio Ambiente. Participaram ainda a senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS), a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
Nas duas últimas semanas a presidenta Dilma Rousseff recebeu o apoio de juristas, artistas, intelectuais e representantes de movimentos sociais em eventos no Palácio do Planalto.