Após reunião da direção executiva, o PSB anunciou, nesta segunda-feira (11) que será favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Entretanto, não haverá punição àqueles que votarem diferente da orientação nacional do partido e os parlamentares não serão punidos. "O PSB tem agora uma posição oficial: Apoia e orienta sua bancada na Câmara dos Deputados a votar favoravelmente ao impeachment da presidente Dilma Rousseff", anunciou o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.
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Não havia muito mistério na posição a ser tomada pelo partido, e sim quanto às consequências para aqueles que não votassem de acordo com a orientação nacional. Entretanto, como adiantou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, os parlamentares poderão exercer o seu voto individual sem retaliações posteriores. Na prática, é como se a bancada estivesse liberada.
"Há pessoas no PSB - são pouquíssimas - que não estão de acordo com o impeachment. Acho que elas estão equivocadas, mas nós respeitamos e não faremos disso um cavalo de batalha", disse Siqueira. A bancada do PSB na Câmara conta com 31 deputados e o partido calcula que pelo menos 80% sejam favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Siqueira também confirmou que há compromisso para que os quatro deputados que representam o partido na comissão de impeachment votem juntos pelo afastamento da presidente nesta tarde. Ainda há dúvidas quanto ao posicionamento do deputado Bebeto (PSB-BA). No Placar do Impeachment, atualizado diariamente pelo Grupo Estado, ele é o único dos quatro deputados que ainda consta como "indeciso".
Para Jonas Donizette, prefeito de Campinas e membro da executiva, não haveria incongruência se Bebeto votasse à favor do impeachment na comissão hoje e, depois, contra o afastamento da presidente na votação em plenário no fim de semana. De acordo com ele, a votação de hoje trata apenas da admissibilidade do processo e não do mérito.
Dentre os membros da Executiva, aqueles que se demonstram mais fiéis à presidente são o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e os senadores João Capiberibe (AP) e Lídice da Mata (BA). Durante a reunião, Lídice defendeu o direito de voto pessoal de cada parlamentar e fez uma comparação com um projeto de lei que envolvesse os princípios individuais de cada um, como por exemplo a legalização do aborto.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, não compareceu à reunião, mas expressou seu posicionamento em favor do impeachment por escrito ontem. Já o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, preferiu se manter neutro, segundo ele, por ocupar um cargo em que terá de garantir a liberdade de expressão de ambos os grupos durante as manifestações que devem acompanhar a votação no Congresso.
Michel Temer
Apesar do apoio ao impeachment, o presidente do PSB preferiu não dar declarações sobre possível apoio ao vice-presidente da República, Michel Temer. "Vamos por partes. Cada dia um leão a ser morto. No momento o que decidimos é apoiar o impeachment. Num futuro, vamos pensar sobre isso", desconversou Siqueira.