O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, Armando Monteiro Neto (PTB), afirmou, em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta terça-feira (26), que deixará o ministério até o final da próxima semana para reassumir seu mandato de senador e votar contra a admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. De acordo com o petebista, seu voto vai ser dado “de forma coerente pela manutenção do mandato da presidente Dilma, que foi legitimamente conquistado”.
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Durante sua participação no programa Passando a Limpo, Armando não poupou críticas à gestão do governador Paulo Câmara, apontando diversas falhas do Estado nas áreas de segurança pública, saúde, entre outras. "Na campanha eleitoral prometeram aumentos, dobrar o salário de servidores. Já havia sinais claros naquela época de que o Pacto pela Vida dava sinais de exaustão, de esgotamento. Agora o Estado presencia um quadro de descalabro na segurança pública, com a escalada da criminalidade em todos os níveis. O sistema penitenciário encontra-se absolutamente desestruturado. O quadro da saúde também é gravíssimo", disparou.
"Algumas Parcerias Público-Privadas (PPPs) foram feitas em Pernambuco de maneira desastrada. Está aí (o presídio de) Itaquitinga que não se completou e o processo da Arena, que, inclusive, teve custo fiscal muito importante para o Estado. Esse é o nosso quadro, nós só temos o que lamentar", completou o ministro.
Sobre a possibilidade de Pernambuco solicitar à Justiça - a exemplo de Estados como Pará, Rio de Janeiro e São Paulo - a modificação da forma como são calculados os juros de sua dívida com o Tesouro Nacional e alongar prazos de pagamento, Armando disse ser contrário à alteração e afirmou que espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) repense a questão. "Não há dúvida nenhuma de que essa é uma bomba fiscal. Não se pode, a esta altura, discutir juros simples e compostos. Toda a remuneração da poupança, todos os ativos são corrigidos com cálculo de juros compostos, a dívida ativa dos Estados também. Portanto, eu considero isso irresponsável e espero que o STF reponha essa questão nos seus devidos termos, evitando que isso se enverede por um caminho que me parece absolutamente demagógico", cravou, apontando soluções possíveis para o problema.
"Cabe aos Estados promover os ajustes que precisam ser feitos, além do aumento de impostos. Evidentemente a União pode ajudar no sentido de refinanciar as dívidas, mas não a este custo, de você pretender, por exemplo, adotar esse cálculo de juros simples, que é inaceitável", concluiu.