O relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), disse nesta quinta-feira (5), esperar que o afastamento de Cunha pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contenha as manobras que seus aliados adotaram nos últimos meses para evitar sua cassação. "O STF poderia ter agido antes, mas mostrou que está atento", disse. "A decisão enfraquece Cunha, que usava a Presidência da Câmara a seu favor."
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Na avaliação do relator, essas atitudes desrespeitaram o Regimento e o Código de Ética da Casa. "Minha expectativa é que a decisão do STF sirva de base para que o processo ande regularmente, sem abusos ou manobras fora das regras", afirmou.
Sobre o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha, o deputado disse esperar que ele não seja tão "ousado" em suas atitudes e que entenda a gravidade da situação pela qual o País passa.
Para o deputado, houve interferência do Judiciário em assuntos do Legislativo. "Também acho que houve, mas a pergunta não é essa. A pergunta é: essa intervenção era ou não era necessária?", questionou. Segundo ele, Cunha apresentou em diversos momentos comportamento agressivo e intempestivo. "Não há como negar que havia interferência clara, indevida, ilegal e antirregimental no processo."
Para Rogério, no entanto, o afastamento de Cunha não deve mudar o placar de votos no Conselho de Ética. Segundo ele, há um equilíbrio entre os fotos favoráveis e contrários a Cunha. "Isso pode mudar o jogo de forças no Conselho, mas não os votos, pelo menos em um primeiro momento", afirmou.
O deputado fez um apelo para que os integrantes do Conselho de Ética votem "sem paixão", mas com a "convicção de que estão fazendo a coisa certa". O deputado não antecipou o conteúdo de seu parecer, mas disse que ele será baseado no conjunto de provas apresentadas. "Minha posição será coerente com o conjunto de fatos trazidas na instrução do processo."