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Dilma: ''golpes parlamentares'' substituem golpes militares

Dilma denunciou "uma tentativa de chegar ao governo não por meio da vias eleitorais''

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Publicado em 06/05/2016 às 6:47
Foto: Lula Marques/Agência PT
Dilma denunciou "uma tentativa de chegar ao governo não por meio da vias eleitorais'' - FOTO: Foto: Lula Marques/Agência PT
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A presidente Dilma Rousseff afirmou na quinta-feira (5) que "as elites estão substituindo golpes militares por golpes parlamentares" na América Latina, durante uma entrevista concedida ao canal Telesur.

"Estão substituindo o método do golpe militar por outro tipo de golpe. Está em marcha na América Latina e temos o desafio comum que são os golpes parlamentares", disse a presidente, que enfrenta um processo de impeachment no Congresso brasileiro.

Dilma afirmou que os governos de linha progressista conseguiram chegar ao poder pela via eleitoral, mas ressaltou que são observados na região "conflitos entre o Executivo e o Legislativo que provocam discordância em certos setores", e que desembocam em mecanismos políticos "aparentemente democráticos".

Ela destacou que sua possível destituição "não é um golpe apenas contra a democracia, e sim contra os processos de inclusão social na América Latina" que, em sua opinião, contém políticas que estimulam o crescimento e o desenvolvimento.

Também insistiu que o possível impeachment "não tem base jurídica", porque ela "não cometeu crimes de corrupção", sendo acusada por assuntos de "administração orçamentária que não são a base para afastar um presidente".

Dilma denunciou "uma tentativa de chegar ao governo não por meio da vias eleitorais".

A Câmara dos Deputados já se pronunciou a favor da abertura do processo de impeachment no dia 17 de abril. Na próxima semana, o Senado deve votar sobre a questão.

Dilma Rousseff é acusada de ter maquiado contas públicas para ocultar o déficit orçamentário, as chamadas "pedaladas fiscais".

Caso os senadores aprovem a abertura formal do processo, Dilma Rousseff será afastada do poder por 180 dias à espera de seu julgamento, período em que seria substituída pelo vice-presidente Michel Temer, que a presidente acusa de traição.

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