Em uma resposta à pressão contra a extinção do Ministério da Cultura (MinC), que tem gerado manifestações em todo o País, o presidente em exercício, Michel Temer, criou um cargo maior para o setor, que, contudo, segue vinculado ao Ministério da Educação. O diplomata Marcelo Calero, confirmado na quarta-feira como chefe da área, será secretário especial nacional de cultura.
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Na prática, ele terá mais liberdade na tomada de decisões relacionadas à Cultura, ainda que suas responsabilidades não se equiparem às de um secretário-executivo ou ministro. Antes de aceitar o convite de Temer, Calero era secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Ele tem prometido usar seu título de diplomata para "abrir diálogo franco" com artistas, produtores, servidores públicos e integrantes de movimentos sociais que ocupam prédios em pelo menos 14 capitais.
No mesmo dia em que foi anunciado secretário, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sugeriu a Temer a recriação do MinC por meio de emenda no Congresso Nacional. O ex-presidente José Sarney, criador da pasta, também já havia cobrado do presidente em exercício a recomposição da pasta.
Apesar dos apelos e de ter estudado até mesmo a hipótese de vincular a Cultura à Casa Civil, onde o secretário poderia despachar diretamente com o Planalto, Temer manteve a decisão de extinguir o MinC e subordiná-lo à Educação, sob comando do ministro Mendonça Filho. A decisão e a criação do cargo especial para Calero foram anunciadas nesta sexta-feira, 20, em uma retificação da Medida Provisória que, publicada semana passada, reconfigurou os ministérios.