O vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), revelou nesta terça-feira (14) que o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) manifestou preocupação com a possibilidade de aditamento ao parecer do processo por quebra de decoro parlamentar e, por consequência, o adiamento da votação no Conselho de Ética. Os aliados de Cunha estão otimistas de que derrotarão hoje o parecer que pede a cassação do mandato parlamentar.
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Marun conversou com Cunha na noite de ontem e o peemedebista afirmou que, nesta fase pré-votação, já não caberia mais aditamento ou voto em separado. "Se isso se consolidar será uma manobra espúria", disse Marun.
A "tropa de choque" de Cunha alega que o processo está pronto para ser votado e que não há provas para cassação. Mesmo com o comunicado do Banco Central sobre a multa de R$ 1 milhão aplicada a Cunha por omissão de recursos no exterior, Marun disse que a notificação não entrará no parecer final e defendeu que Cunha tenha a seu favor o benefício da dúvida.
O comunicado do BC foi enviado nesta terça ao colegiado. "Espero que não influencie os votos dos deputados hoje. Isso deve ser motivo de novo processo", declarou o vice-líder.
Sobre a possibilidade de renúncia ao cargo de presidente da Casa, Cunha não deu sinais de que estaria disposto a abdicar do posto. "Não avançamos. Esse assunto tem de ser tratado pessoalmente", disse Marun.