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Sérgio Machado cita pagamento de propina a Sérgio Guerra em delação

Ex-presidente da Transpetro afirmou ter repassado R$ 1 milhão ao senador falecido em 2014

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 15/06/2016 às 17:51
Foto: Clemilson Campos/Acervo JC Imagem
Ex-presidente da Transpetro afirmou ter repassado R$ 1 milhão ao senador falecido em 2014 - FOTO: Foto: Clemilson Campos/Acervo JC Imagem
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O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que pagou R$ 1 milhão em propina para o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB), morto em 2014, vítima de um câncer. O valor foi pago para que Guerra facilitasse o trâmite do aumento do limite de endividamento do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), da Transpetro, pois o então senador e hoje deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI) estaria colocando dificuldades na aprovação do projeto na Comissão de Infraestrutura, presidida por ele. Machado também citou o pagamento de propina no valor de R$ 1 milhão a Fortes.

Sérgio Machado citou que procurou Sérgio Guerra no seu gabinete, no Senado, e que teria exposto as barreiras colocadas por Fortes. Machado conversou com o senador sobre o interesse de empresas que estavam na licitação em construir empresas em Pernambuco e pediu que ele, como representante do Estado, que interviesse no caso. Uma nova reunião foi realizada no apartamento funcional de Guerra, localizado na quadra 309 da Asa Sul, em Brasília, onde o senador informou ao ex-presidente da Transpetro que só conseguiria a aprovação mediante doação eleitoral. Machado tentou argumentar que o projeto era de interesse de vários Estados.

Um novo encontro ocorreu no gabinete de Guerra, em Brasília, onde Machado foi informado que Fortes só destravaria a pauta com o pagamento da propina, que foi fixada em R$ 3 milhões. No final, ficou acertado o pagamento em R$ 2 milhões em doações de campanha, divididos entre Fortes e Guerra.

O senador pernambucano ficou acompanhando o trãmite da liberação de recursos, ao mesmo tempo em que o projeto tramitava no Senado. Outro detalhe apontado na delação é que o pagamento a Heráclito Fortes foi combinado para ser feito em duas parcelas de R$ 500 mil, mas só o primeiro repasse foi feito. Fortes, então, passou a ligar diversas vezes para Sérgio Macahado, deixando recados com a secretária cobrando o pagamento.

Entre as empresas pagadoras de propina citadas por Sérgio Machado, estão a Camargo Corrêa e a Queiroz Galvão, que formaram o consórcio do Estaleiro Atlântico Sul, construído em Suape. 

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