AVALIAÇÃO

Brexit: Temer indica Meirelles para avaliar com embaixador efeitos no Brasil

Temer também disse que o plebiscito no Reino Unido é um assunto interno e que, portanto, não cabe ao governo brasileiro opinar sobre o assunto

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Publicado em 24/06/2016 às 14:06
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Temer também disse que o plebiscito no Reino Unido é um assunto interno e que, portanto, não cabe ao governo brasileiro opinar sobre o assunto - FOTO: Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
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O presidente interino Michel Temer escalou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para, com a ajuda do embaixador britânico no Brasil, Alexander Ellis, avaliar os efeitos que a desvinculação do Reino Unido da União Europeia pode causar ao Brasil. O encontro está marcado para esta sexta-feira (24) às 17h30.

Temer, no entanto diz que o plebiscito feito nesta quinta-feira (23) no Reino Unido é um assunto interno e que, portanto, não cabe ao governo brasileiro opinar sobre o assunto. Na reunião, eles devem discutir assuntos além da saída do Reino Unido da União Europeia. 

“O Reino Unido decidiu por uma consulta popular. Portanto, decisão política nós não vamos discutir. Precisamos verificar quais são as repercussões econômicas que possam atingir o Brasil. Meirelles vai se encontrar com o representante do governo britânico, com quem vai discutir essas questões”, disse o presidente interino em entrevista à Rádio Estadão.

Impacto

“Vamos esperar os acontecimentos. Mas só depois deles efetivamente se consolidarem, em um segundo momento, é que vamos verificar qual o impacto que o Brasil sofrerá em função disso. Mas sobre aspecto político, nós não vamos dar palpite”, acrescentou.

Para Temer, exemplo similar deveria ter sido adotado pela Venezuela que, segundo ele, “interferiu nas ações internas do nosso país ao dizer que aqui estava se processando um golpe”.

“Somos cientes e conscientes do princípio constitucional da autodeterminação dos povos. Então, tomamos muito cuidado em nos metermos em questões de outros países. No instante em que o presidente da Venezuela diz algo dessa natureza, o Itamaraty respondeu duramente a essa manifestação”, argumentou o presidente interino.

Em relação ao Mercosul, Temer disse que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, tem dito que é preciso reequacionar a relação com o bloco, mas que, do ponto de vista do governo, não há dúvida da importância desse mercado.

“Temos um acordo sendo estudado com a União Europeia e estamos nos esforçando por ele. O Brasil muitas vezes tem dificuldade de fazer acordo por estar preso a compromissos com o Mercosul. Então, neste momento, temos de rediscutir um pouco a questão do Mercosul. Não para eliminá-lo, mas para dar-lhe uma diretriz mais segura nessa tese da universalização das relações com os outros países”.

Visita a Sérgio Moro

O presidente interino Michel Temer disse hoje (24) estar entre as funções do ministro da Justiça, Alexandre Moraes, a de manter contato com integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público, e que este foi o motivo da visita dele ao juiz Sérgio Moro, dia 21, no Paraná. Ontem (23), Moraes refutou qualquer ligação deste encontro com a Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato.

“A função do ministro da Justiça é exatamente essa: manter contato com MP e Judiciário. Alexandre Moraes teve contato com o [procurador-Geral da República] Rodrigo Janot, e intensos contatos com o Judiciário”, disse Temer.

Na mesma entrevista, Temer afirmou lamentar a forma como o ex-ministro Paulo Bernardo foi detido ontem pela Polícia Federal, por conta da Operação Custo Brasil.

“Quero lamentar muitíssimo esse fato que envolveu o ex-deputado e ex-ministro Paulo Bernardo. É um fato doloroso. Vi uma declaração da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), dizendo que ele foi detido na frente dos filhos. Então, eu quero publicamente lamentar o fato. Mas, de qualquer maneira é preciso prestar obediência às decisões que vêm sendo tomadas nessa investigação”, disse Temer.

O presidente interino embarca ainda hoje para São Paulo. 

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