PRESIDENTE AFASTADA

"Democracia é o único caminho para sairmos da crise", garante Dilma em pronunciamento

A presidente afastada voltou a classificar o impeachment como 'golpe' e prometeu dar prioridade a um plebiscito e à reforma política

JC Online
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Publicado em 16/08/2016 às 16:28
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A presidente afastada voltou a classificar o impeachment como 'golpe' e prometeu dar prioridade a um plebiscito e à reforma política - FOTO: Foto: Reprodução/Facebook
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A presidente afastada Dilma rousseff utilizou sua conta no Facebook, nesta terça-feira (16), para divulgar pronunciamento no qual volta a condenar o processo de impeachment e a defender o seu retorno ao poder executivo nacional. Durante quase 11 minutos, a petista classificou o processo de impedimento como "injusto" e prometeu dar prioridade a um plebiscito e à reforma política, além de pedir aos senadores que não a condenem.

 

Segundo Rousseff, o "retorno à Presidência, por decisão do Senado Federal, significará a afirmação do Estado Democrático de Direito e poderá contribuir decisivamente para o surgimento de uma nova e promissora realidade política". Caso consiga reverter o processo no Senado, Dilma garante que um plebiscito e a reforma política serão compromissos primordiais de sua gestão.

Para a presidente afastada, não é legítimo o afastamento do chefe de Estado e de governo pelo "conjunto da obra", e só o povo pode decidir isso nas eleições. "Há que se configurar crime de responsabilidade. E está claro que não houve tal. Não é legítimo, como querem os meus acusadores, afastar o chefe de Estado e de governo pelo “conjunto da obra”. Quem afasta o Presidente pelo “conjunto da obra” é o povo e, só o povo, nas eleições", declarou.

>>>> Confira pronunciamento na íntegra

Dilma voltou a afirmar que, se caso consumado, o processo de impeachment sem crime de responsabilidade poderá ser classficado como 'golpe', além de estabelecer que o colégio eleitoral de 81 senadores não tem "sustentação constitucional' para substituir o colégio eleitoral de 110 milhões de eleitores.

"Esse processo de impeachment é frágil, juridicamente inconsistente, um processo injusto, desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente. O que peço às senadoras e aos senadores é que não se faça a injustiça de me condenar por um crime que não cometi. Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente", desabafou Rousseff.

JULGAMENTO

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, confirmou o início do julgamento do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, para o dia 25 de agosto, uma quinta-feira. A sessão está marcada para começar às 9h.

Após o Senado transformar Dilma em ré na última quarta-feira, a base aliada do presidente em exercício, Michel Temer, tentou trabalhar para antecipar o início do julgamento para o dia 23.

Na próxima semana, Lewandowski vai se reunir com líderes partidários para fechar o rito das sessões do julgamento, à semelhança do que foi feito antes da sessão da pronúncia. O objetivo é criar um acordo sobre o tempo de duração das reuniões, dos intervalos e das falas dos senadores nos pronunciamentos.

O presidente do STF já sinalizou que não pretende realizar sessões no fim de semana, mas isso ainda vai ser decidido com os senadores. A expectativa é que o julgamento dure pelo menos cinco dias, mas aliados de Temer vão trabalhar para reduzir esse período.

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